Uma crise pandémica, uma crise humanitária, uma crise económica. Num momento atribulado para a Europa, recai sobre as gerações mais novas a tarefa de resolver as urgências dos novos tempos.

No sétimo episódio do Geração Z, falamos da chamada Conferência sobre o Futuro da Europa que permitiu que, durante o último ano, milhares de cidadãos europeus, sobretudo jovens, sugerissem melhorias em áreas como educação, emprego, economia, saúde e alterações climáticas.

As 49 propostas finais foram entregues em 9 de maio, Dia da Europa, e cabe agora aos líderes europeus passar das palavras aos atos.

Irá esta conferência traduzir-se, de facto, em resultados concretos? Lídia Pereira, 30 anos, eurodeputada do PSD e presidente da Juventude do Partido Popular Europeu (PPE), diz-se "otimista".

"Os decisores políticos não ignoram as grandes mudanças da atualidade, e portanto acredito que os resultados da conferência sejam institucionalizados e que se traduzam numa verdadeira mudança democrática, que espelhe as necessidades das gerações do futuro. A não concretização desses resultados pode levar a sentimentos de desilusão e injustiça que contribuirão para um afastamento dos cidadãos."

Neste episódio, desafiamos Lídia Pereira a eleger um top três das propostas que considera mais emergentes. A eurodeputada admite que energia, ambiente e inovação tecnológica são temas que lhe são "queridos".

Na lista das 49 propostas, está ainda a criação de um salário mínimo que assegure a qualidade de vida em todos os Estados-membros. Lídia Pereira chama a atenção que, antes de cumprimos metas europeias, é preciso que se cumpram as promessas nacionais.

"Não podemos internacionalizar a responsabilidade política que cabe aos governos nacionais. Eu gostava que os salários mínimo e médio em Portugal já estivessem ao nível da realidade sueca, finlandesa ou até alemã, mas para isso é preciso fazer um caminho que ainda não foi feito e por isso não devemos utilizar a União Europeia como substituta das responsabilidades políticas dos governos nacionais".

Neste que é o Ano Europeu da Juventude, Lídia Pereira desafia os jovens a serem "os verdadeiros agentes da mudança" e a contribuir para uma Europa que é de todos, "solidária e livre".

"Nós somos a peça essencial para a construção de sociedades mais inclusivas, democráticas e que estão focadas nos problemas da nossa geração. O grande desafio e prioridade é garantirmos que não temos uma geração perdida e combater o discurso de que os jovens de hoje podem vir a viver pior do que a geração dos pais. É fundamental voltarmos a virar a agenda da União para os jovens, os mais afetados pelo confinamento."