O novo partido “Aliança”, de Pedro Santana Lopes, tem uma posição de “europeísmo crítico” face à integração europeia. E uma das suas primeiras decisões foi nomear para seu candidato às eleições para o Parlamento Europeu (26 de maio) um homem que durante décadas trabalhou nas instituições europeias, Paulo Sande. Sou amigo e admirador de P. Sande, que foi muitos anos representante do Parlamento Europeu (PE) em Portugal e que publicou várias e úteis obras sobre a integração europeia.

A proximidade das eleições europeias explica, em parte, a importância de P. Sande no lançamento do novo partido. Mas o “europeísmo crítico” que Santana Lopes apresentou certamente irá beneficiar, em qualidade de argumentação, dos contributos deste candidato, afastando demagogias eurocéticas e populistas.

Também António Costa se pronunciou sobre o europeísmo do PS, em particular sobre a urgência de completar a reforma do euro. Tem razão. A. Costa tem na mão um trunfo importante: o seu ministro das Finanças, M. Centeno, é presidente do Eurogrupo, algo impensável há dois ou três anos.

Costa defendeu impostos europeus. Proposta logo criticada com veemência pelo CDS, que assim entra também no debate europeu.

Finalmente, discute-se a integração europeia entre nós, algo que pouco se via desde a polémica em torno da moeda única europeia na década de 90 do séc. XX. Entretanto, importa lembrar a visão certeira de Mário Soares quando, em 1977, decidiu pedir a adesão de Portugal à CEE. Vários economistas consideraram, então, prematuro esse pedido. Mas Soares avançou por motivos sobretudo políticos. A história deu-lhe razão: desde a adesão à CEE (hoje UE), no início de 1986, desapareceram totalmente os até aí frequentes boatos de tentativas de golpes de Estado militares.

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