Graças a uma lei proposta pelo PAN e aprovada no Parlamento em Março, os contribuintes podem deduzir no IRS gastos com animais de estimação, até ao limite de 250 euros anuais. Já entraram mais de 50 mil facturas, referentes a cães e gatos.

Para muitas pessoas idosas os animais domésticos são a sua principal companhia. Por elas, esta dedução faz sentido. Como fazem sentido eventuais medidas para evitar ou reduzir o sofrimento de animais. Mas já não tem sentido equiparar animais a pessoas, tornando-os sujeitos de direitos.

O respeito pela natureza não implica proibir que se matem animais (para comer carne ou peixe, nomeadamente); ou que se matem baratas e mosquitos. Ou, ainda, que alguns animais (ratos, por exemplo) sofram em experiências farmacêuticas, que depois poderão beneficiar muitas pessoas.

Aliás, na natureza muitas espécies alimentam-se de outras espécies. O protegido lince ibérico sobrevive comendo coelhos. Na natureza vale a cruel lei da selva. Os ecologistas têm aqui uma palavra a dizer, para se evitarem modas fundamentalistas.