O governo PSD/CDS acabou ontem, decretou a líder do Bloco de Esquerda. António Costa considerou muito interessante a sua reunião com o BE. Antes também se mostrara optimista quanto a um entendimento como PCP. Há muitas convergências, diz Costa.

Nessas conversas do PS visando uma maioria de esquerda, pouco se diz, pelo menos em público, sobre a UE e sobre as regras do euro. Parecem temas marginais.

Ora, a UE e o euro são decisivos para a vida dos portugueses. O PC sempre detestou a integração europeia, considerando-a mera face do capitalismo explorador. O BE começou por ter posições próximas do Syriza 1, mas, vendo o fracasso deste, adoptou uma retórica mais redonda. Porém, duvido que o BE se tenha tornado social-democrata, como é o Syriza 2.

É com estas forças hostis à integração europeia e à democracia representativa que o PS, o partido que evitou uma ditadura comunista em Portugal e que levou o país para a Europa comunitária, quer celebrar um acordo para apoiar no Parlamento um governo chefiado por Costa? Seria um custo demasiado alto para satisfazer uma ambição pessoal.