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O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, diz à Renascença que soube da notícia de que o Papa aprovou o decreto do milagre dos pastorinhos de Fátima, que abre caminho à canonização, através de uma SMS que lhe foi enviado pelo chefe de gabinete.

"Já esperava esta confirmação do milagre, perante o bom andamento do processo, mas devo confessar que foi com surpresa que recebi a notícia. Não sabia que era hoje", diz D. António Marto.

Sobre a possibilidade de a canonização se realizar a 13 de Maio, em Fátima, o bispo é lacónico e remete-se àquilo que é evidente: "Cabe ao Papa decidir." "O Santo Padre gosta de decidir por ele, não gosta de influências", acrescenta, negando que tente fazer chegar a Francisco aquele que será o desejo de muitos peregrinos e fiéis.

O que significa para si a aprovação pelo Papa do decreto do milagre dos pastorinhos Jacinta e Francisco?

Para mim, é um momento de grande alegria, que vem coroar as comemorações do centenário. Como diríamos?... É a cereja em cima do bolo Eu já esperava esta confirmação do milagre, perante o bom andamento que o processo tinha tido até aqui, mas devo confessar que foi com surpresa que recebi a notícia. Não sabia que era hoje.

Poderá fazer-se a canonização, formalmente, nas celebrações de Maio, em Fátima?

Isso agora depende do Santo Padre...

O que é preciso para que isso possa acontecer?

Depende que o Santo Padre o diga. Só ele é que pode dizê-lo, só ele é que o pode anunciar.

Mas, do ponto de vista formal, já todas as formalidades estão terminadas...

Está tudo certo, mas falta a última palavra e a ultima formalidade que é ir ao Santo Padre e o Santo Padre decidir. Depois, só ele pode fazer esse anúncio.

O senhor bispo fez-lhe chegar ao conhecimento essa vontade, esse desejo?

Não fiz.

Vai fazê-lo?

Não o fiz nem faço porque sei que o Santo Padre gosta de decidir por ele, não gosta de influências. Por conseguinte, é ele que decide.

Não é necessário convocar um consistório para marcar a data?

Naturalmente, naturalmente... Mas a data é o Santo Padre que a marca, não é um consistório em si.

É independente do consistório?

Sim, sim.

Então, o consistório serve para quê?

Para a aprovação última, digamos assim, juntamente com o Santo Padre.

É a última formalidade, portanto...

É a última formalidade, sim, mas é o Santo Padre que, depois, anunciará.

Soube da notícia directamente a partir do Vaticano ou soube como todos nós soubemos?

Não. Estou fora da diocese e, portanto, foi a partir do chefe de gabinete, que me telefonou e mandou uma SMS. Depois, mandou-me o decreto para eu ver.