O Novo Banco vendeu 13 mil imóveis a preço de saldo a um fundo nas ilhas Caimão, a quem emprestou dinheiro.

De acordo com uma investigação do jornal “Público”, foi o maior negócio imobiliário em Portugal nos últimos anos.

As casas e os terrenos estavam avaliados em 635 milhões de euros, mas foram vendidos por 364 milhões.

Este negócio teve até direito a um nome de código, atribuído pelo Novo Banco: Portfólio Viriato.

Escreve o jornal, que nada disto é ilegal. As regras criadas para a resolução do BES — e a criação de um “banco bom”, suportada pelo Estado e pelo conjunto dos outros bancos, em teoria — exigem que o Novo Banco venda “activos problemáticos”, como o “excesso” de imobiliário, e permitem-lhe anular o risco dos compradores, atribuindo-lhes financiamento a crédito.

O negócio levantou dúvidas a Rui Rio, presidente do PSD, e já levou o primeiro-ministro a enviar uma carta ao Ministério Público onde pediu que intervenha para acautelar os interesses do Estado no Novo Banco.

“Uma pechincha”, criticou a deputada Helena Roseta, no seu último discurso no Parlamento, no dia 13 de março de 2019.

O jornal explica que a compra feita pelo fundo ao Novo Banco foi garantida por um empréstimo do próprio banco vendedor. Ou seja, se nenhuma casa do pacote Viriato for venida, o dono das hipotecas continua a ser o Novo Banco.


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