O Presidente da Câmara de Sintra confessa-se perplexo com o novo imposto sobre o património imobiliário que foi anunciado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda e avisa que a radicalização do partido do Governo apenas levará à miséria.

Basílio Horta, eleito como independente numa lista do PS, afirma que o novo imposto prejudica o investimento. “Fiquei perplexo quando ouvi a senhora deputada do Bloco de Esquerda dizer que queria taxar os imoveis acima dos 500 mil euros e depois o Partido comunista falar num milhão e o PS falar num milhão, sabendo que o IMI é uma receita das câmaras e, consequentemente, seria normal que as câmaras fossem ouvidas.”

“Afirmações destas, normalmente devem ser feitas pelo ministro das Finanças, porque isso dá estabilidade fiscal. Quando se ouvem este tipo de declarações, quando se fala do acumular da riqueza que se pode confundir com a questão da poupança, ficamos um pouco preocupados porque nós sabemos como está a economia e sabemos que o crescimento da economia depende do investimento”, refere Basílio Horta, fazendo eco das palavras de Rui Santos, líder da Associação dos Autarcas Socialistas.

Esta terça-feira o líder parlamentar do PS, Carlos César, defendeu que deverá ser apenas o Governo a falar do orçamento do Estado, até ao dia da entrega do documento no Parlamento.

Basílio Horta diz que a declaração de Carlos César peca apenas por tardia e deixa um sério aviso ao PS. “O Carlos César tem razão. Foi pena não ter dito isso antes. É bom ter em conta que nós estamos a falar de coisas muito sérias. O Partido Socialista é um partido fundador da democracia e do modelo ocidental. A pior coisa que pode acontecer ao Partido Socialista e com ele ao país, é que se crie uma ideia de radicalização do partido, em que o partido começa a navegar naquelas águas que são águas de radicalismo que não levam a nada. Ou melhor, levam: levam á miséria, levam à miséria”.

O autarca reafirma que em Sintra não aplicará o novo imposto: “Nós em Sintra temos três princípios e não nos desviamos deles: Disciplinar a despesa, aumentar o investimento e diminuir os impostos. Nós aqui não queremos que nos perturbem.”

“Se o senhor primeiro-ministro entender perguntar ao concelho de Sintra se quer fazer uma taxa sobre os seus imóveis de valor superior a 500 mil euros; a resposta é não, senhor primeiro-ministro, muito obrigado, nós não queremos porque isso é prejudicial ao concelho, ponto”, conclui Basílio Horta.

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