O PSD e o CDS acusam o Governo de estar a fazer um "grande assalto fiscal" aos portugueses. Exemplo disso é o novo imposto sobre património imobiliário que está em preparação.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, é contundente nas críticas: as famílias estão a ser alvo de um “grande assalto fiscal” através de vários impostos.

Para a líder centrista, o novo imposto sobre património que está em preparação representa uma dupla tributação a imóveis que já pagam Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

"É um imposto que está a tributar de novo algo que já era tributado através do IMI e que será duplamente tributado. Mostra o falhanço da política económica deste Governo, que não consegue fazer a economia crescer e arrecadar naturalmente mais impostos por via do crescimento e vai deitando mão a tudo o que pode", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas depois de uma visita a uma escola em Queluz, concelho de Sintra.

A nova medida em preparação "vem em linha com o aumento de impostos que este Governo tem vindo a fazer. Neste ano, no primeiro semestre, vimos serem recolhidos mais 500 milhões euros de impostos, a receita fiscal aumentou 2,3% no primeiro semestre, e impostos que tocaram em todos, na classe média e tocaram também nas classes mais desfavorecidas", acusa a líder do CDS.

Assunção Cristas ressalva que é preciso conhecer em detalhe o novo imposto, nomeadamente, "quem é que atinge, quantos agregados familiares e se a casa morada de família está incluída", mas considerou que prossegue uma "austeridade 'à la esquerda'".

“Classe média castigada”

O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, António Leitão Amaro, acusa o Governo de castigar a classe média com impostos e de afugentar o investimento.

“Estes aumentos de impostos têm duas consequências graves, preocupantes e incorrectas: castigam a classe média e agravam o afastamento dos investidores”, afirma o deputado social-democrata.

António Leitão Amaro acusa o Governo de ter um discurso de combate à austeridade, mas na prática o que acontece é “um aumento de impostos” e um “preço muito grande a pagar”.

“O país não progride, como os sinais que o Governo dá com medidas que vai deixando cair às gotas e que não se percebe exactamente o que é que vai acontecer no detalhe para que se possa comentar, mas têm um padrão comum de aumento de impostos que afasta investimento e castiga a classe média. Este caminho é errado”, conclui o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD.

Bloco de Esquerda e PS anunciaram um princípio de acordo para a criação de um novo imposto com incidência em património imobiliário de elevado valor, estando em equação a possibilidade de aplicação a imóveis com avaliação superior a 500 mil euros.

Após este anúncio, o PCP, através do deputado comunista Paulo Sá, revelou que está a negociar com o Governo, no âmbito do Orçamento do Estado para 2017, uma proposta no sentido aplicar um novo imposto sobre património mobiliário e imobiliário de elevado valor.

Tópicos