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"Comunismo nunca mais." Depois de Joana Amaral Dias, deputada da IL diz que foi insultada no 25 de Abril

26 abr, 2024 - 16:16 • Redação com Lusa

O incidente decorreu no Marquês de Pombal, quando estavam a entoar vários cânticos, um dos quais "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais, 25 de Abril sempre, comunismo nunca mais".

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A deputada da IL Patrícia Gilvaz queixou-se esta sexta-feira de ter sido insultada e intimidada fisicamente no desfile do 25 de Abril na Avenida da Liberdade, considerando tratar-se de um "ataque à liberdade de expressão", mas disse não vai apresentar queixa.

Também Joana Amaral Dias, candidata do ADN às eleições europeias, disse ter sido insultada nas comemorações do 25 de abril, enquanto gravava um vídeo no Terreiro do Paço. No vídeo, a candidata mostra o cartaz do ADN e ouvem-se assobios e apupos, que lhe gritam “fascista, fascista” e “25 de Abril sempre!”. Em seguida, segundo Joana Amaral Dias, tentam tirar-lhe o telefone. “Acabei de ser agredida”, diz Joana Amaral Dias no vídeo.

No caso de Patrícia Gilvaz, que encabeçou o cortejo da Iniciativa Liberal (IL) de megafone na mão, não há vídeo. Segundo a deputada, o incidente decorreu no Marquês de Pombal, em Lisboa, quando estavam a entoar vários cânticos, um dos quais "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais, 25 de Abril sempre, comunismo nunca mais".

"Alguém se sentiu muito incomodado, veio agarrar-me pelo braço, puxou-me, empurrou-me e começou a gritar que era comunista, que tinha lutado pelos nossos direitos e começou a insultar-me a mim, começou a insultar toda a gente que estava ali a cantar pela liberdade, esquecendo-se de que Abril foi feito para cantar precisamente contra todas as ideologias de índole totalitária", afirmou.

Segundo o relato da deputada, o indivíduo foi posteriormente afastado por uma pessoa que o acompanhava e também por militantes da IL, quando "começaram a aperceber-se do que estava a acontecer e os puxões e empurrões começaram a ser mais agressivos".

Questionada se pretende apresentar queixa, Patrícia Gilvaz respondeu: "Não conheço o senhor de lado nenhum, não sei o seu nome."

"Portanto, não vou apresentar queixa contra um desconhecido, que não sei identificar, mas lamento que, em pleno século XXI, 50 anos depois da conquista da liberdade, ainda haja situações como estas em que tentam oprimir e fazer um verdadeiro ataque à liberdade de expressão", sublinhou.

A deputada salientou que, já no passado, tinha encabeçado o cortejo da IL de megafone na mão, tendo o partido também ouvido insultos, mas este ano sentiu "uma agressividade maior".

"Nunca nos tinha acontecido chegarem ao ponto de nos virem interpelar fisicamente, e este ano houve mesmo esse escalar de atitudes", disse, considerando que o que lhe aconteceu ontem foi um "verdadeiro ataque à liberdade de expressão", mas afirmando que não se deixará intimidar. "Nunca nos calaremos em favor da liberdade, isso nunca", disse.

Na rede social X (antigo Twitter), o líder da IL, Rui Rocha, reagiu a este incidente, salientando que "podem agarrar e tentar intimidar fisicamente a Patrícia Gilvaz", mas ela "não se deixa condicionar".

"Podem insultar-nos e ameaçar-nos, como sempre fazem (e ontem fizeram novamente). Podem tentar impedir-nos de participar, como já fizeram. Não nos conhecem. Não nos deixamos intimidar", referiu, acrescentando que a "a liberdade não é da esquerda, de quem se apropria da festa, procurando excluir quem pensa diferente".

"A Liberdade é de todos e vamos continuar a dizê-lo todos os dias em todo o lado, na rua, sem aceitar qualquer tipo de condicionamento. Nós não ficamos no sofá", refere. Nesta publicação, Rui Rocha aborda declarações do secretário-geral do PS no desfile - em que declarou que a multidão que encheu a Avenida da Liberdade é um sinal de que o "povo português quer a esquerda no poder" -, para recordar que há um mês houve eleições legislativas.

"É um sinal claro de revanchismo, intolerância e falta de respeito pelo votos dos portugueses, que se fizeram ouvir há apenas umas semanas", lê-se.

A IL voltou este ano a integrar o tradicional desfile comemorativo do 25 de Abril na Avenida da Liberdade, em Lisboa, à semelhança do que tinha feito em 2023, depois de dois anos seguidos em que promoveu uma iniciativa própria.

Desde a sua fundação, a IL participou nestas comemorações populares em 2018 e em 2019, um desfile que não se realizou em 2020 devido à pandemia. Nos dois anos seguintes, os liberais tiveram um desfile próprio após a polémica com a comissão promotora do desfile comemorativo do 25 de Abril.

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  • EU
    26 abr, 2024 PORTUGAL 18:23
    Como digo noutro espaço RR, no dia 24 de Abril de 1974 estava de serviço no COM. AGR. 6004/72 em Silva Porto. Fui o TERCEIRO FILHO de Minha Mãe a cumprir serviço militar OBRIGATÓRIO no Ultramar, ou seja em Angola. Fui incorporado no serviço militar em 04 de JANEIRO de 1972. Até aí já TINHAM IDO para o Ultramar MILHARES de Jovens COMANDADOS por Generais, Brigadeiros, Coronéis, Tenentes Coronéis, Majores, CAPITÃES, Tenentes, Alferes, Sargentos e Furrieis. Desde a minha INCORPORAÇÃO em Vendas Novas, NUNCA deixei que esses MANDOES me pusessem as botas no pescoço. Dentro do RESPEITO que lhes era devido, NUNCA os olhei de esguelha, mas sempre OLHOS nos OLHOS. Nunca fui CASTIGADO. Conheci VÁRIOS QUARTEIS no País até ir para Angola. Quando mobilizado ALEGUEI que já tinha tido LÁ 2 Irmãos, mas sempre fui ARROGANTEMENTE mal sucedido. Em Angola, convivi com Generais, Brigadeiros, Coronéis, Tenentes Coronéis, Majores, Capitães, Tenentes, Alferes e Sargentos. Sempre os RESPEITEI e sei qual o PENSAMENTO DELES. Durante o dia 25, dia da REVOLUÇÃO em Portugal, pareciam BARATAS TONTAS, pois de LOBOS repentinamente pareciam CORDEIROS. Eu que era considerado Furriel DESALINHADO, depressa passei o ESCOLHIDO para tudo e mais alguma coisa. Eles que eram MILITARISTAS, depressa passaram a ser CAMARADAS. Como nunca ADMITI ser chamado de CAMARADA ou COLEGA, começaram a chamar-me pelo NOME, sem a patente. Foi DESDE AÍ que nunca gostei de CAMARADAS, porque camarada É ser FALSO ou INTRUJÃO. Liberdade SIM
  • ze
    26 abr, 2024 aldeia 16:50
    25 de Abril.....dia da liberdade.....este dia é só para quem fõr de esquerda e de preferência radical.É o dia dos "democratas" que não toleram quem tem outras idéias.

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