05 fev, 2017 - 15:49
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Dezenas de cartazes contra o Papa Francisco foram colados nas ruas de Roma.
Os cartazes, entretanto tapados, referiam a “decapitação da Ordem de Malta” e neles podia ler-se: “Francisco, interditaste congregações, afastaste sacerdotes, decapitaste a Ordem de Malta e os franciscanos da Imaculada, ignoraste cardeais... mas onde está a tua misericórdia?".
O incidente está a ser investigado pelas autoridades.
Antonio Spadaro, director da revista da Companhia de Jesus “Civiltà Cattolica” interpretou os cartazes como “uma medalha pelo empenho do Papa contra os muros e o racismo”.
No centro da discussão, está a demissão de Albrecht von Boeselager, que ocupava o cargo de grão-chanceler, pelo Príncipe e grão-mestre Matthew Festing.
Boeselager é acusado de ter permitido a distribuição de preservativos em três missões humanitárias da Ordem de Malta na Birmânia, contrariando assim a doutrina da Igreja Católica sobre contracepção. Instado a demitir-se, na presença de Festing, Boeselager recusou, negando as acusações, pelo que foi suspenso. Alegadamente, Festing terá dito que a demissão de Boeselager correspondia à vontade do Papa Francisco.
A Santa Sé manifestou, contudo, dúvidas sobre o processo e cartas entretanto reveladas, entre a secretaria de Estado da Santa Sé e a Ordem, sublinham que Francisco não tinha pedido a demissão de ninguém, preferindo que o assunto fosse resolvido internamente.
Por isso, em Dezembro de 2016, o Vaticano instituiu uma comissão de inquérito, composta por cinco pessoas, incluindo um arcebispo, um advogado e o líder do ramo libanês da Ordem de Malta. A comissão tem por objectivo averiguar detalhes de todo o processo.