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Marcelo: acordo de Concertação Social vai ter uma adenda e continua "vivo"

26 jan, 2017 - 18:01

Presidente da República saúda descida do PEC como alternativa ao chumbo da redução da TSU. E lembra que tinha dito que "a procissão ainda ia no adro".

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PEC vai descer a partir de Março
PEC vai descer a partir de Março

O Presidente da República afirmou esta quinta-feira que o acordo de Concertação Social assinado na semana passada vai ter uma adenda que substitui a descida da Taxa Social Única pela redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) e continua "vivo".

"Aquilo que eu soube é que vai haver uma adenda ao acordo. Portanto, o acordo não estava morto, estava vivo", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no final de uma cerimónia na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa.

O chefe de Estado adiantou que "os mesmos [parceiros sociais] que tinham subscrito o acordo subscrevem esta adenda, esta substituição, se quiserem, de medidas" e referiu também que "está garantida a aprovação no Parlamento" da redução do PEC aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros.

"Portanto, isto dá um bocadinho de razão àquilo que eu dizia a certa altura, que a procissão ainda ia no adro, que até esperar pelo fim do processo faltava algum tempo", considerou.

Questionado se a Concertação Social não sai fragilizada deste processo, em que a descida da Taxa Social Única (TSU) que tinha sido acordada acabou revogada pelo Parlamento, o Presidente da República contrapôs: "Pois se acabámos de ver que esta adenda permite manter vivo o acordo de concertação social, isso significa que houve a ideia de dar força à Concertação Social".

Medidas "sensatas"

Para o Presidente, foram encontradas "medidas importantes e sensatas", e não só para as pequenas e médias empresas, mas também "medidas administrativas para as IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] e misericórdias".

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que "o que interessa, como num desafio de futebol é o resultado final", e que o desfecho neste caso "é bom para o país", pelo que "valeu a pena".

"O importante aqui é ter sido possível um acordo de concertação social, ele permanecer vivo através desta adenda, os parceiros que concordavam com ele concordarem de novo, e haver uma garantia de aprovação no parlamento, que é fundamental para poder haver uma lei", reiterou.

O Presidente da República assegurou que vai ser rápido na promulgação da redução do PEC como foi com a TSU, mas salientou que "o processo parlamentar vai demorar mais tempo do que o processo legislativo governamental".

Confrontado com as críticas à necessidade de se encontrar uma compensação para o aumento do salário mínimo nacional, Marcelo disse que isso "não é uma novidade" e que "no passado foi assim já".

Interrogado se continua a defender um acordo de médio prazo com os parceiros sociais, respondeu: "Vamos ter tempo para falar nisso".

O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros a redução progressiva do Pagamento Especial por Conta para as pequenas e médias empresas, um dia depois do chumbo da redução da Taxa Social Única (TSU) no Parlamento.

Na quarta-feira, o PSD, o BE, o PCP e o PEV revogaram o decreto do Governo que previa uma descida temporária da TSU dos empregadores em 1,25 pontos percentuais como compensação pelo aumento do salário mínimo nacional para os 557 euros este ano.

Na sequência do chumbo, o primeiro-ministro, António Costa, reuniu-se de imediato com os parceiros sociais e anunciou esta quinta-feira uma redução de 100 euros no PEC para todas as empresas sujeitas ao seu pagamento já a partir de Março e até 1 de Janeiro de 2019 e de mais 12,5% do remanescente da colecta paga por cada empresa.

Comentários
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  • J
    26 jan, 2017 Lisboa 22:52
    Os bons resultados são muito irritantes para alguns. Eu, que não acreditava neste Governo, reconheço-lhe hoje uma sensatez que não imaginei que pudesse ter. E, a continuar assim, o PS terá o meu voto. Mas vejo que há pessoas que queriam à força que o cenário fosse o do incêndio a lavrar. Pois ... parece que não é. Como até pelo Presidente do Eurogrupo já é reconhecido. É muito feio, por uma questão de obstinação partidária, querer negar a realidade. Nomeadamente aquela que é mais difícil de negar: a dos números. E aí, devo uma vénia ao nosso Ministro das Finanças que hoje "meteu a viola no saco" a alguns senhores. Disse!.
  • Domingos
    26 jan, 2017 Ancora 20:39
    Temos uma classe política completamente funesta! Que miséria de Presidente e de governo!!!
  • Guilherme
    26 jan, 2017 Tavira 20:07
    Estes ppds que votaram no Marcelo agora malham nele que nem doidos. Estou a adorar este Processo de Balcanização em Curso do PPD.
  • Ema Freire
    26 jan, 2017 Cantanhede 19:21
    De facto está vivo, mas com muitas aspirinas.E quem paga a medicação? Sempre os mesmos maioria do povo em favor de outros poucos que não precisam disto.E chegados aqui a geringonça fica feliz.Enganaram o pagode mas o prêmio e igual.So dado com circo para aperitivo.A esquerda que não é esquerda faz sempre estas palhaçadas que faz de conta,e faz pior que a direita .Termino dizendo, vejam o balanços nos tribunais e vejam quem vence se a direita ou esquerda socialista.
  • Este
    26 jan, 2017 Tão Perto 18:26
    Marcelo é um fanfarrão! Ainda pensa que está na TVI. Fecha a matraca!
  • Paulo Courelas
    26 jan, 2017 Barcelos 18:10
    Morto para a política está o Passos Coelho e ainda não o percebeu. Pode ser que após ter comprado mais esta guerra com Marcelo, o PR o ajude a perceber.

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