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Morreu Leonard Cohen, a voz melancólica de uma geração

11 nov, 2016 - 01:55

No mês passado, lançou o seu 14.º disco onde cantou “I’m ready, my Lord”, como que em jeito de despedida.

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Dez músicas para recordar Leonard Cohen
Dez músicas para recordar Leonard Cohen

O músico e escritor Leonard Cohen morreu aos 82 anos. A notícia foi avançada esta quinta-feira na página oficial do cantor e poeta canadiano no Facebook.

“É com profunda pena que noticiamos que o lendário poeta, compositor e artista Leonard Cohen morreu. Perdemos um dos mais visionários mais prolíficos e reverenciados da música", lê-se no post na rede social.

Não há, para já, mais informações sobre as causas da morte ou sobre o funeral do artista. A revista “Newsweek” chama-lhe o "poeta do rock'n'roll".

Há cerca de um mês lançou o seu 14.º disco "You Want It Darker", onde cantou “I’m ready, my Lord” como que em jeito de despedida.

Ainda no mês passado, o músico e poeta aplaudiu a atribuição do Nobel da Literatura a Bob Dylan e considerou que foi como "dar uma medalha ao monte Evereste por ser a montanha mais alta".

Em 2014, lançou o álbum "Popular Problems", que aborda preocupações e dilemas do mundo actual."Toda a gente sofre e toda a gente luta por ser alguém, por ser reconhecido. É preciso perceber que a luta de um é igual à luta de qualquer outro; e o sofrimento também. Creio que nunca se chegará a uma solução política se não se perceber esta ideia", disse Cohen.

Questionado se uma canção pode oferecer soluções para problemas políticos, respondeu: "Eu penso que a canção é, ela mesma, uma espécie de solução".

Considerado um dos mais importantes nomes da música popular do século XX, Cohen escreveu músicas simbólicas da sua geração, incluindo "Hallelujah."

"So Long Marianne", dedicado à sua musa Marianne Ihlen que também morreu este ano, "Dance Me to the End of Love", "First We Take Manhattan", "I'm Your Man", Take the Waltz", "Famous Blue Raincoat" e "Suzanne" são algumas das músicas mais emblemáticas do artista.

Aos 77 anos, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras pelo "imaginário sentimental" da escrita e da música, justificou o júri.

No mesmo ano, em 2011, foi galardoado com o 9.º Prémio Glenn Gould, atribuído de dois em dois anos a artistas que contribuam para enriquecer a condição humana e representem os valores da inovação, inspiração e transformação.

Cohen nasceu em Montreal a 21 de Setembro de 1934, perdeu o pai aos nove anos. Publicou o primeiro álbum, "Songs of Leonard Cohen", em 1967, já depois de ter feito trinta anos e de ter revelado a faceta literária, em particular com o livro de poesia "Let Us Compare Mythologies" (1956) e o romance "O Jogo Preferido", (1963), editado em Portugal em 2010.

Em 2005, descobre que Kelley Lynch, a sua agente, lhe roubara mais de cinco milhões de dólares do seu plano de reforma. Para recuperar o dinheiro, Cohen empreendeu uma digressão mundial com mais de 387 concertos, entre 2008 e 2013.

Comentários
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  • fernando
    12 nov, 2016 Carnaxide 13:14
    Parabéns Rádio Renascença grande tributo 👍👍
  • Jorge Pereira
    11 nov, 2016 Lisboa 11:54
    Sinto muito a morte deste Grande Homem e poeta dos nossos dias. Que descanse em paz! Tão premonitório que magoa pois neste seu último álbum tinha dito " I am ready, My Lord! Um romântico que cantou sempre até ao "End of Love".As suas palavras dançaram suavemente enquanto cantou, enalteceu aqueles que lutaram contra a tirania que na segunda guerra oprimiu uma Europa, no hino que é "The Partisan". Agora que estamos postados no momento da história, em que estamos à espera de um milagre a canção "Waiting for the Miracle" parece fazer sentido, ainda que amanhã seja o futuro que nos cantou no início dos anos 90 "The future", continuo a acreditar que a a letra desta canção não traduza o que nós nos possamos tentados sentir no momento que vivemos "quando ele conclui com pessimismo que "I've seen the future, baby it is murder". Não posso deixar de sentir como leve chuva que nos toca o rosto no entardecer dos dias, a letra tão romântica quão melancólica de "Halleluiah" que consegue misturar o sentir mais romântico com o interrogar teológico de cada um de nós, as nossas angústias e os nossos anseios, o que nos faz sentir um beijo, o estar apaixonado e sair feliz. A este poeta que cantou o amor, que nos fez pensar entre cada uma das linhas que escreveu e musicou, dando-lhe aquele tom grave e rouco de voz fica o meu humilde elogio. "So long, Leonard"
  • Bernardete
    11 nov, 2016 Funchal 10:41
    Estou realmente triste pela noticia que ouvi pela CNN e agora na RR. É e será sempre um dos meus maiores fanas . Tenho L P desde os meus 17 anos e os CD também. RIP. a sua alma Amen!

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