17 out, 2016 - 17:17 • João Carlos Malta
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A PJ acredita que o homem mais procurado de Portugal está ferido e que a falta de alimento e as condições climatéricas estão conjugar-se para deixar Pedro Dias, de 44 anos, cada vez mais debilitado.
“É um individuo que estará ferido”, diz à Renascença o coordenador da PJ da Guarda, José Monteiro, que está directamente envolvido na investigação. O coordenador superior da Judiciária não adianta nem quando, nem como o suspeito foi atingido.
“Não me pergunte porquê”, acrescenta logo de seguida o responsável policial. "A capacidade de resistência dele está-se a deteriorar”, conclui.
José Monteiro junta ainda aos ferimentos uma série de factores que deixam Pedro Dias mais vulnerável.
“Um indivíduo que está com a roupa do corpo de há cinco ou seis dias, que não tem possibilidades de fazer uma nutrição regular, que não faz a sua higiene, que não pode aparecer nem dar sinal, que teve de enfrentar a chuva e o frio está em piores condições de resistência”, enumera.
A estes problemas juntam-se os de contexto. O suspeito tem as principais vias da região de Vila Real bloqueadas pela GNR. A esta restrição soma-se também o menor conhecimento do terreno em que agora se move. Se antes era uma vantagem quando andou pela zona de Arouca, de onde é natural, agora pisa solo mais desconhecido.
“Ele até ontem [domingo] estava num contexto que era familiar, hoje já está num terreno diferente. A margem de progressão dele é menor”, conclui o coordenador da PJ da Guarda.
Ainda assim, José Monteiro não canta vitória. “O que vai acontecer? Se ele vai conseguir escapar outra vez, ou não? Não faço ideia.”
Qual é a estratégia então neste momento? Esperar que Pedro Dias cometa um erro? “Não diria isso, a estratégia é ir prosseguindo com serenidade, mas sempre com urgência. Mas uma urgência ponderada e sustentada", resume.
E remata em jeito de balanço sobre o trabalho policial neste caso: “Este assunto está a correr muitíssimo bem, porque nós podíamos estar ao quinto ou sexto dia ou três ou quatro homicídios e não sabermos quem é o autor”.
Pedro Dias é suspeito de ter morto a tiro um militar da GNR e um civil em Aguiar da Beira. Durante a fuga ainda feriu outro militar da GNR e uma mulher com tiros na cabeça. Suspeita-se ainda que já tenha feito assaltos durante a fuga, que decorre há quase uma semana.