13 out, 2016 - 11:33
A importância de Fátima "é inegável" tanto "para crentes e para não crentes", defende o Presidente da República numa entrevista publicada esta quinta-feira pelo jornal "Região de Leiria".
No dia da última grande peregrinação do ano, presidida pelo secretário de Estado do Vaticano, Marcelo Rebelo de Sousa assume a perspectiva sobre Fátima. "É inegável a sua importância para Portugal. Para crentes e para não crentes. Preservando a posição do Estado que é laico, mas respeitando a grande importância e dimensão da religião católica em Portugal. É importante do ponto de vista religioso, mas também noutras dimensões que lhe estão associadas como o turismo", diz.
Marcelo Rebelo de Sousa, que classifica a visita do Papa Francisco a Fátima em 2017 como de "grande importância para Portugal", admite que "é possível e seria positivo que, de forma equilibrada e sustentada, Portugal pudesse ainda tirar mais proveito do turismo, designadamente na região de Leiria que já tem esse grande polo que é o Santuário de Fátima".
Na mesma entrevista, dada a propósito do 81º aniversário do semanário, o Presidente da República considera que Portugal tem de "fazer mais" para combater a desertificação do interior.
"Teremos certamente de fazer mais do que tem sido feito. Temos de saber tirar partido dos recursos de cada região, de aproveitar as vias de comunicação em que tanto se investiu e potenciar as novas proximidades. Temos de admitir que existirão sempre diferenças, e algumas delas bastante saudáveis, mas não podemos aceitar que parte do território esteja condenado ao despovoamento", diz Marcelo Rebelo de Sousa.
Para o chefe de Estado, "Portugal inteiro tem de acreditar nas suas capacidades e num modelo de desenvolvimento equilibrado para todo o território", lembrando que "o actual Governo criou uma Unidade de Missão para a Valorização do Interior" que "já está a trabalhar na apresentação de medidas".
Sobre uma das prioridades do seu mandato, a relação e a proximidade com as comunidades portuguesas, Marcelo considera que "a diáspora e os emigrantes podem constituir-se como uma rede de enorme importância para a internacionalização dos territórios municipais", agindo como "embaixadores dos produtos locais e das exportações".
"O potencial é muito grande e Portugal terá muito a ganhar com uma forte ligação entre as comunidades emigrantes e os municípios", defende Marcelo Rebelo de Sousa, que promete estar "na primeira linha na dinamização dessa ligação".