Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Mais de 60 deputados portugueses pedem libertação de paquistanesa condenada à morte

12 out, 2016 - 22:09

Missiva foi entregue na embaixada do Paquistão em Lisboa. Asia Bibi foi acusada de blasfémia por ter alegadamente insultado o profeta Maomé.

A+ / A-

Mais de 60 deputados portugueses subscreveram uma carta entregue hoje na embaixada do Paquistão em Lisboa pedindo a libertação definitiva de Asia Bibi, uma cristã paquistanesa acusada de blasfémia e condenada à morte.

A carta foi subscrita por deputados à Assembleia da República do PSD, PS, CDS-PP, BE e PCP e por dois antigos parlamentares, os centristas José Ribeiro e Castro e Teresa Anjinho, que formaram, na legislatura passada um grupo pela liberdade religiosa e contra as perseguições aos cristãos.

"Além da salvaguarda da liberdade religiosa inerente a qualquer pessoa, estão em causa também outros direitos humanos fundamentais, que tornam imperativo este nosso apelo, dirigido ao Presidente da República do Paquistão e a todas as autoridades do país", apelam na carta.

Ribeiro e Castro disse ter entregado hoje a carta na embaixada paquistanesa em Lisboa, na véspera do Supremo Tribunal se pronunciar sobre o último recurso pendente.

"Conhecemos as peculiaridades da situação no Paquistão e os esforços dos sectores moderados e humanistas da sociedade paquistanesa. Acreditamos que será feita, finalmente, justiça", lê-se na missiva.

O caso Aasiya Noreen, conhecida como Asia Bibi, "impressiona e mobiliza, de modo recorrente, a opinião internacional e vários movimentos e activistas humanitários, desde há vários anos", referem.

"É com incredulidade que tem sido seguida a história de uma camponesa, que, enquanto trabalhava no campo em Sheikhupura, ao buscar água para beber a um poço, foi objeto dos fortes protestos de outras mulheres, muçulmanas, porque, por ser cristã, contaminaria o utensílio", afirma-se na carta.

"Pelo simples facto de responder aos protestos confirmando a sua fé cristã, foi alvo de acusação por blasfémia e condenada à morte por enforcamento. É tempo de pôr termo a este absurdo e ao prolongado sofrimento pessoal e familiar de Asia Bibi, uma mulher simples, mãe de cinco filhos", pedem os deputados.

Asia Bibi, mãe de cinco filhos, foi acusada, em 2009, de blasfémia, por ter alegadamente insultado o Profeta Maomé.

Os cristãos, que correspondem a cerca de 1,6% dos 200 milhões de habitantes do país, são muitas vezes discriminados e marginalizados pela maioria muçulmana.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • nelio
    13 out, 2016 Madeira 19:32
    Executar um ser humano, é sempre e será desumano.
  • Pois é!
    13 out, 2016 Orabem! 17:28
    Concordo com o seu comentário, Hélder. Onde está a indignação para este caso? Onde anda os defensores dos animais? As feministas? O que fala a igreja sobre isto? Então o papa não diz nada, não condena este caso? Tristeza!
  • António Costa
    13 out, 2016 Cacém 15:07
    É interessante ver o "elevado" número de comentários, por exemplo vs a problemática da eutanásia. Executar uma ser humano por "ofender" a Fé Islâmica é, pelos vistos, considerado "normal".
  • Helder
    12 out, 2016 Lisboa 23:14
    A propria igreja catolica aqui e pelo mundo fora deveria ser solidária com a rapariga e manifestarem-se . Ser cristão não é só rezar e dar esmolas .Cristo não se acobardava
  • António Costa
    12 out, 2016 Cacém 22:22
    ".....os esforços dos sectores moderados e humanistas da sociedade paquistanesa....", em planeta é que vivem os senhores deputados? Ainda não perceberam as "peculiaridades da situação" que se vive nos países muçulmanos, grandes "amigos e aliados" do mundo "ocidental"?

Destaques V+