14 jun, 2016 - 15:54 • Aura Miguel
A hierarquia e os carismas não são concorrentes dentro da Igreja, nem se devem sobrepor, disse esta terça-feira a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), realçando que ambos são essenciais.
“Não há duas igrejas – a sacramental e a carismática –, o que há é diferentes carismas que enriquecem a Igreja”, afirmou o prefeito da CDF, o Cardeal Müller, num documento dirigido aos bispos de todo o mundo com o título “A Igreja rejuvenesce”.
Os movimentos e novas comunidades eclesiais têm um potencial que renova a vida da Igreja, na sua relação com o mundo contemporâneo, afirma o documento.
A variedade dos carismas “é um dom que importa valorizar e inserir na vida da Igreja, sempre em comunhão com os pastores”, porque “a dimensão carismática nunca pode faltar na vida e na missão da Igreja”.
O documento aponta ainda oito critérios para “discernir os carismas autênticos” e também define critérios para o “reconhecimento jurídico destas novas realidades”.
“Não se trata de superar conflitos, nem de introduzir novos conceitos”, diz o Prefeito da Fé, mas sim de “integrar a dimensão carismática da Igreja, tal como sempre valorizou o Concílio Vaticano II”.
Na conferência de imprensa desta manhã, no Vaticano, também o cardeal Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos, sublinhou o caracter positivo deste documento, que “apela à comunhão entre hierarquia e carismas, sobretudo, num tempo de secularismo em a prioridade é dar testemunho de comunhão e santidade”.