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Disparou o número de crianças a viver só com a mãe

02 mai, 2016 - 15:10

A natalidade aumentou quase 4% em 2015, mas há um dado essencial a reter: mais de 16% destes pais não são casados nem coabitam. Um deles, habitualmente o pai, emigrou.

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A percentagem de crianças a viver só com a mãe disparou em Portugal, e, na maioria dos casos, a responsabilidade é da crise e da emigração. As conclusões são do estudo "Determinantes da Fecundidade" que divulgado esta segunda-feira pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).

O estudo conclui que em 2015 a natalidade aumentou em Portugal quase 4%, numa aparente inversão de tendência, mas há um dado essencial a reter: mais de 16% destes pais não são casados nem coabitam. A percentagem triplicou nos últimos 10 anos.

A coordenadora do estudo, a demógrafa Maria Filomena Mendes, aponta, em declarações à Renascença, duas explicações para o fenómeno. "Alguns dos casais que coabitavam deixaram de viver na mesma casa devido à emigração. Durante o período da crise, a partir de 2010, tivemos valores altíssimos de emigração, sobretudo masculina. Muitos dos bebés nascidos em Portugal no ano passado podem ser um reflexo desta situação”, observa.

“Outra razão será a própria crise. Alguns casais não têm condições para viver em casa própria. Ou seja, tem os filhos mas continua, cada um dos progenitores, a viver na casa dos pais”, explica a demógrafa.

Maria Filomena Mendes tem contudo a esperança de que, uma vez ultrapassada a crise, quando os pais não forem obrigados a emigrar, muitas destas famílias possam voltar reunir-se. "Acho que podemos ter essa expectativa, porque quer os homens quer as mulheres querem ter filhos”, afirma.

“O estudo mostra exactamente isso: A maioria dos portugueses quer ter filhos, pelo menos um filho, e tanto as mães como os pais querem participar activamente e ter tempo para acompanhar os filhos no seu crescimento e na sua educação”, sublinha. “Isso, provavelmente, é um motivo para termos esperança no futuro da fecundidade em Portugal.”

Comentários
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  • Maria Nunes
    02 mai, 2016 Leiria 16:35
    Será que realmente vivem só com mãe, ou isso é só uma forma de receber mais apoios do Estado, uma vez que as familias monoparentais tem majoração no abono de familia. conheco casos em declararam que vivem só com mão para pagarem menos no infantário ...
  • Tiago
    02 mai, 2016 Faro 15:35
    Pareçe mais um resultado da péssima educação que a maioria dos pais dá actualmente. Esta situação está intimamente ligada à gravidez não planeada. Só se vê jovens com 18anos ou menos já com filhos nos braços, sinal pleno de imaturidade e irresponsabilidade.

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