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Avião polui até nove vezes mais do que o comboio na viagem Lisboa-Porto

27 mar, 2016 - 11:21 • Manuela Pires

Os dados são revelados pela associação ambientalista Zero, que acrescenta que mais poluente do que o avião só o automóvel movido a combustíveis fósseis. Isto porque a maneira mais ecológica de deslocação entre as duas maiores cidades do País é o carro eléctrico.

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No dia em que a TAP duplica as ligações aéreas entre Lisboa e o Porto, a associação ambientalista ZERO divulga uma lista das emissões de dióxido de carbono num trajecto entre as duas cidades. E se os passageiros até podem chegar ao destino mais rápido utilizando o avião, segundo a ZERO quem o fizer irá poluir entre cinco a nove vezes mais do que se fizer a mesma viagem de autocarro e comboio.

Ou seja, se o objectivo for ajudar a combater as alterações climáticas, a melhor solução é o comboio ou o autocarro.

Francisco Ferreira, da ZERO, associação sistema Terrestre Sustentável diz que “pior do que o avião, só mesmo o carro que neste trajecto emite 50 quilos de dióxido de carbono por pessoa”. Segue-se na lista dos meios de transporte o avião com 36 quilos por pessoa. “A melhor opção é o comboio Alfa Pendular, Autocarro e o Comboio Intercidades”.

Neste ranking elaborado pela Zero, o carro eléctrico com cinco ocupantes é o líder, com apenas 1,2 kg de emissões de dióxido de carbono por pessoa.

Contas feitas, o Avião Polui cinco a nove vezes mais por passageiro do que o comboio ou o autocarro. Francisco Ferreira diz que estas ligações aéreas devem ser evitadas “porque é necessário gastar muito mais combustível, uma vez que o tempo entre a subida e o aterragem é muito curto”.

O sector dos transportes foi o que mais contribuiu em Portugal para o aumento das emissões de gases poluentes, representando mais 40% do total entre 1990 e 2013.

A TAP vai passar a ter 18 ligações diárias entre Lisboa e Porto, nos dois sentidos, com partidas de hora a hora, e tarifas a partir de 39 euros.

Comentários
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  • ADISAN
    28 mar, 2016 Mealhada 10:55
    E qual a razão pela qual apenas se pensa em Lisboa e Porto?. E gostaria muito mais que o denominado TAP-Expresso se referisse a um comboio de alta velocidade que fizesse a ligação entre os dois aeroportos (refiro-me aos aeroportos, não às cidades), com paragens pelo menos nas regiões de Coimbra e Fátima, a fim de colmatar a falta de ligações aéreas a partir destas cidades. Lembro que, referindo-se ao recente acidente rodoviário em França, alguém disse há pouco que as pessoas optam por aquele transporte, porque as ligações aéreas os deixam a centenas de kms do destino desejado. E ainda projectam mais um aeroporto em cima do outro, quando o mesmo é necessário -isso sim - na Região Centro
  • José Martins
    28 mar, 2016 Porto 02:03
    HAVENDO UMA PONTE AÉREA, o que seria natural, por razões de eficiência económica, era que, para muitos destinos, os aeroportos do Porto e de Lisboa fossem como que DOIS TERMINAIS DE UM MESMO AEROPORTO do País. Ou seja: sendo o Porto e Lisboa dois mercados de dimensão equivalente seria econòmicamente mais racional haver partidas (e chegadas) alternadas de forma a que, em vez de deslocar para Lisboa 100% dos clientes da Região Norte e Centro (penalizando-os), apenas um número residual de clientes (os que não pudessem programar atempadamente as suas viagens) teria que se deslocar para o terminal de Lisboa e vice-versa da Região de Lisboa para o Porto. Sem as tais cláusulas secretas do caderno de encargos lesivas do interesse nacional e discriminatórias para as Regiões Norte e Centro do País e que distorcem as regras de concorrência, o que o Sr. David Neeleman consideraria, naturalmente,para maximizar os seus lucros, era que o aeroporto do Porto e de Lisboa eram apenas dois terminais de um mesmo aeroporto de PORTUGAL. São os contribuintes por um lado e os clientes da TAP por outro que vão pagar esta irracionalidade económica,lesiva do interesse nacional, imposta administrativamente pelos Governos de Lisboa.
  • Pinto
    27 mar, 2016 Custoias 22:14
    Isto todos nós sabemos, este mundo capitalista está virado para o dinheiro e pôs de parte os cidadãos do mundo, a política é um veículo para entreter a humanidade. A energia electromagnética, solares, eólicas, agua do mar através do hidrogénio consegue fazer andar veículos e outras fórmulas não usadas, porque este mundo está entregue aos donos da industria petrolífera.

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