18 mar, 2016 - 12:11
A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) revelou esta sexta-feira que a EPorto, concessionária dos parquímetros do Porto desde o início do mês, está impedida de recolher ou processar dados pessoais para controlo do pagamento do estacionamento.
A Renascença tinha avançado, a 11 de Março, que a CNPD entendia que o novo modelo de pagamento de estacionamento no Porto não podia ser já implementado porque ainda não tem autorização para utilizar os dados dos clientes.
Numa resposta escrita enviada esta sexta-feira à Lusa, fonte oficial da CNPD esclarece que, "na semana passada", notificou a empresa de que "deve aguardar pela autorização" da comissão para utilizar o sistema relacionado com a introdução da matrícula da viatura dos utilizadores no parquímetro.
"A CNPD já fez essa notificação na semana passada, pelo que qualquer eventual recolha e posterior processamento de dados pessoais será suspenso", informou a Comissão, que aguarda mais informações da empresa para se pronunciar sobre o "tratamento de dados pessoais para controlo do pagamento de tarifas de estacionamento".
Contactada pela Lusa, a empresa remeteu esclarecimentos para a Câmara do Porto, que diz estar a "acompanhar o processo, em fase de aprovação", enquanto decorrem os "trâmites normais".
De acordo com a resposta da CNPD enviada à Lusa, esta comissão foi "notificada pela EPorto, em Janeiro, do tratamento de dados pessoais para controlo do pagamento de tarifas de estacionamento" e está "a analisar o pedido".
A comissão "já solicitou informações adicionais à empresa, notificando-a também de que deve aguardar pela emissão da competente autorização da CNPD".
De acordo com a CNPD, a empresa incorre em ilegalidade "se permanecer a realizar tratamento de dados pessoais depois de notificada pela CNPD para não o fazer".
Sistema controverso obriga à colocação de matrícula
O novo sistema de gestão de estacionamento do Porto foi apresentado em Fevereiro pelo presidente da Câmara do Porto e responsáveis da EPorto, um consórcio composto pela Empark, Resopre e Dornier que venceu um concurso público lançado pela autarquia para concessionar a gestão do aparcamento pago na via pública.
Na altura, os responsáveis da empresa foram questionados sobre se foram solicitadas autorizações e pareceres à Comissão Nacional de Protecção de Dados, uma vez que este sistema obriga à colocação de uma matrícula, tendo garantido "que todas as questões foram analisadas" e "as obrigações legais serão cumpridas".