07 fev, 2016 - 17:26
O presidente do CDS, Paulo Portas, garante que esteve em Bruxelas e pediu ao presidente da Comissão Europeia “que não fosse intransigente” com Portugal e aprovasse o Orçamento do Estado.
“Ainda bem que o Governo do país chegou a acordo com a Comissão Europeia. Estive em Bruxelas esta semana, pedi ao senhor Juncker que não fosse intransigente porque se houvesse um desacordo grave o problema não era para o Governo, era para Portugal e os portugueses seriam os primeiros a ser prejudicados mais dia menos dia”, disse.
Portas lembra que seguiu “uma regra de ouro do patriotismo que é não criticar autoridades portuguesas quando estamos a dialogar com dignitários estrangeiros”.
O líder centrista, que falava em Évora, numa cerimónia de tomada de posse de várias concelhias do partido no distrito, aproveitou ainda a ocasião para criticar o Orçamento de Mário Centeno e considerou que está em causa o “maior esforço fiscal que alguma vez o país tinha visto”.
“Desde o primeiro dia que o ministro das Finanças [Mário Centeno] sabia ou tinha obrigação de saber que há regras a cumprir. Não foi para satisfazer Bruxelas que de repente o Governo lançou mão de todos os impostos indirectos e de todas as taxas possíveis para atingir um esforço fiscal nunca antes visto e conseguir fechar a conta. Foi para dar satisfação a uma opção ideológica”.
O antigo vice-primeiro-ministro do Executivo de coligação PSD/CDS lembra que “os rendimentos deviam ser devolvidos, a sua devolução devia ser gradual para poder ser definitiva; quiseram fazer tudo de uma vez e à pressa, a conta não fechou. Com uma mão dão e com outra lançaram todos os impostos indirectos disponíveis e chegaram ao maior esforço fiscal que alguma vez o país tinha visto”.
Na mesma ocasião, o presidente do CDS alertou que o acordo para a alteração de contrato com a TAP promovido pelo Governo é "um convite à discórdia" e vai implicar "um encargo superior" para o país.
"Um acordo 50/50 numa empresa é um convite à discórdia. Se houver estratégias diferentes, há um risco de impasse. Porque é que os privados terão aceitado? Parece-me evidente", é "porque o Estado vai pôr dinheiro que antes não punha", disse.
Segundo o líder centrista, o problema é que o Estado "não é dono do seu dinheiro", pois este "é dos contribuintes".
Por isso, esta alteração do contrato da TAP, promovida pelo Governo liderado por António Costa, significa "um encargo superior" para o Estado e para os contribuintes.
"Ao nível da dívida, de um eventual aumento de capital e dos investimentos necessários, o Estado foi para uma solução significativamente mais cara", frisou.