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Pessoas com deficiência continuam a ser excluídas na Igreja, diz bispo

27 nov, 2015 - 15:44 • Olímpia Mairos

Cada pessoa com deficiência é também chamada a viver, celebrar e testemunhar a sua vocação, espiritualidade e missão, alerta D. José Cordeiro, de Bragança-Miranda.

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O bispo de Bragança-Miranda deseja um maior empenho das comunidades na integração social e eclesial das pessoas com deficiência.

Numa nota pastoral, publicada no âmbito do Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa, D. José Cordeiro alerta que “as pessoas com deficiência continuam a fazer parte dos muitos excluídos da sociedade e de muitos lugares eclesiais”.

O prelado nota que, apesar de existirem já sinais positivos a nível social e técnico, e em termos de acessibilidade às limitações de várias deficiências a pessoas com mobilidade reduzida, “ainda há muito a fazer, especialmente com as pessoas diversamente hábeis que vivem na família e nas nossas aldeias, vilas e cidades deste nosso Nordeste Transmontano”.

Para o bispo, “cada pessoa com deficiência é também chamada a viver, celebrar e testemunhar a sua vocação, espiritualidade e missão”, porque, refere, “as pessoas com deficiência que experimentam esta vida divina são autênticos ‘mestres de humanidade’”.

Nesse sentido, D. José Cordeiro exorta as comunidades católicas da região, as paróquias, unidades pastorais, movimentos e todas as famílias, a cuidarem “destes irmãos com ternura e inteligência pastoral, nos gestos e nas novas linguagens, na catequese, na liturgia e na caridade”.

“Não basta só uma atitude assistencial, é necessário que se escute, na primeira pessoa, o testemunho de quem, vivendo com uma deficiência possa experimentar na sua vida concreta, a par dos sofrimentos, a alegria que nasce da misericórdia de Deus”, alerta o bispo de Bragança-Miranda, lembrando que “a capacidade de estabelecer relação com os outros, torna as pessoas hábeis de contribuir para a construção de um mundo onde a beleza, a verdade, a justiça e o amor orientam o comportamento humano e a vida das sociedades”.

“As nossas limitações ou as dos nossos familiares nem sempre podem ser ultrapassadas, mas os nossos corações podem abrir-se e deixar-se amar por Deus tal como somos”, diz D. José Cordeiro, frisando que “a vida é o precioso dom da Graça de Deus, por isso, cada pessoa é chamada a vivê-la como uma bênção e nunca como um castigo ou desgraça”.

Por fim, o bispo de Bragança-Miranda enaltece o esforço e dedicação de todas as instituições que dia-a-dia cuidam das pessoas portadoras de deficiência e agradece “o trabalho de tantos médicos, profissionais e técnicos de saúde, terapeutas e muitos colaboradores e voluntários que trabalham ao serviço do bem comum e da dignidade da pessoa humana nestas casas especializadas”.

A Diocese de Bragança-Miranda dispõe desde Março de 2014 de um Serviço Pastoral orientado para as Pessoas com deficiência.

D. José Cordeiro espera contar com o envolvimento de todos no desenvolvimento desse “esperançoso serviço”, salientado que “a pastoral da saída missionária exige que a Igreja, na sua solicitude, seja sempre “casa de inclusão e, como mãe, abrace a todos”.

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