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Hollande: "Vamos formar uma coligação alargada" para derrotar o terrorismo

18 nov, 2015 - 12:20

Presidente francês,que também elogiou as forças de segurança que participaram nas operações antiterrorista, discursou num encontro com autarcas no qual pediu aos franceses para não cederem ao medo.

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"A emoção é imensa e a raiva também". Hollande apela à união para derrotar o terrorismo
"A emoção é imensa e a raiva também". Hollande apela à união para derrotar o terrorismo

O Presidente da República francês apela a Washington e a Moscovo para que seja formada “uma coligação alargada” de forma a derrotar o terrorismo. A ideia foi expressa num discurso, esta quarta-feira, feito durante um encontro com autarcas franceses.

“Irei a Washington e a Moscovo para a necessária coordenação. Vamos formar uma coligação alargada para tomar decisões importantes. Nem todos os países têm os mesmos interesses mas o espírito, neste momento, tem de ser o mesmo: há uma ameaça comum”, afirmou, numa altura em que já tem encontro marcados com os principais líderes. François Hollande viaja até aos Estados Unidos na próxima terça-feira, dia 24 de Novembro, e depois até à Rússia, quinta-feira, dia 26.

Hollande referiu-se ainda ao raide antiterrorista realizado esta quarta-feira, no bairro de Saint Denis, elogiando os operacionais. “A coragem das forças policiais é inigualável. A França tem de estar orgulhosa das suas forças policiais”. Segundo o governante operações como esta confirmam uma vez mais que a França está "em guerra contra o terrorismo".

"O Daesh [forma como os franceses designam o Estado Islâmico] dispõe de um exército, de recursos financeiros, tem petróleo, tem cúmplices na Europa e no nosso próprio país, através dos jovens radicalizados", afirmou. Ainda assim, Hollande pediu aos franceses para não cederem ao medo.

"Através do terror, o Daesh quer instilar, pelas suas matanças, o veneno da suspeita, da estigmatização, da divisão. Não cedamos à tentação de recuar, não cedamos também ao medo, aos excessos e aos exageros", afirmou.

Neste discurso, o presidente anunciou que as polícias municipais, complementares da polícia e da polícia militarizada ("gendarmerie"), podem vir a ser equipadas com armas dos arsenais da polícia nacional, se os presidentes de câmara o pedirem.

A dissolução dos locais e dos grupos que façam "a apologia do terrorismo" será feita "imediatamente", no quadro da proposta de lei aprovada esta quarta-feira de manhã em conselho de ministros para o prolongamento do estado de emergência por três meses.

O presidente defendeu "restrições temporárias das liberdades", assegurando que "recorrer a elas é a forma de permitir restabelecê-las plenamente".

Depois dos atentados, "a nossa coesão social é a nossa melhor resposta e a nossa união nacional é dela expressão. Devemos ser implacáveis contra todas as formas de ódio. Nenhum ato xenófobo, antissemita ou antimuçulmano deve ser tolerado", disse.

O autodenominado Estado Islâmico reivindicou no sábado os atentados perpetrados na sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses, e mais de 400 feridos.

Os ataques, perpetrados por pelo menos sete terroristas, ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espectáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as selecções de França e da Alemanha.

A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país” e disse que a “França estava em guerra”.



Comentários
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  • Silvino Dias Ruivo
    18 nov, 2015 Lisboa 16:20
    O Sr. Hollande agita-se desta maneira, e com a razão que a situação de emergência exige, porque, também, quer ser reeleito, Mas no discurso de hoje disse algo que lhe vai impedir a reeleição, a saber "nenhum ato antimuçulmano será tolerado". Só que de acordo com uma sondagem do IFPOS, do ano passado, 80% dos Franceses quer ver os muçulmanos fora do país. Logo....
  • Paulo Costa
    18 nov, 2015 S. João da Madeira 14:27
    Os atuais lideres dos países são, no geral, facilmente influenciáveis pelos média e redes sociais. Talvez por serem políticos e com sede de poder e votos... Não é quando nos cai o telhado que devemos fazer obras. Durante anos andamos todos a pensar que o problema é dos outros, não temos nada a ver com isso... exploramos as riquezas dos outros e não queremos saber de mais nada, eu pago posso fazer o que quero... mas depois os outros, a quem vamos extorquir a riqueza, vem perguntar pelo que deviam ter, mas não têm... nós não queremos saber das suas necessidades. Vai daí eles revoltam-se... nós, atentos às redes sociais, somos muito solidários e... bem-vindos irmãos ! Mas para os mais radicais isso não chega, revoltam-se ainda mais, e os líderes não sabem o que fazer e atiram-lhes bombas e mais bombas. Mas alguém vende -lhes armas e não são armeiros daqueles países, são dos que bombardeiam, mas também vendem armas porque são "divisas" que entram nos cofres dos países que precisam desse dinheiro para fazer... bombas. E andamos neste "regabofe", ao sabor dos senhores da guerra. Não há ninguém, nos tempos atuais, com capacidade politica suficiente para encontrar uma melhor solução.
  • Rui
    18 nov, 2015 Lisboa 14:18
    Há que arrasar com aquele covil de ratos e exterminá-los. É exterminá-los desde muito cedo, para não se tornarem mais tarde futuros terroristas fanáticos.
  • António Costa
    18 nov, 2015 Cacém 14:09
    Sempre a navegar em "águas turvas", Sr. François Hollande. O terrorismo é uma arma, um meio. Sempre com Medo de definir e atacar a Ideologia que nos dias de hoje "Prega" contra o Ocidente e os seus Valores. O grande problema é que para educar os franceses nos Valores Franceses tem de perceber primeiro que esses Valores são só apenas consequência de uma educação Cristã. Se educar as pessoas segundo o Islão vai ter a "Arábia Saudita" não vai ter a "França".
  • Joca
    18 nov, 2015 Oeiras 13:11
    Então? Para ajudar contra os radicais os russos servem. Para comerem os nossos produtos já não. Em que ficamos? Os nossos agricultores anseiam o dia em que esse estúpido embargo vá para o lixo.

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