09 nov, 2015 - 00:04
O autoproclamado Estado Islâmico (EI) vendeu várias prisioneiras de guerra não muçulmanas "como escravas" aos seus combatentes feridos ou mutilados no nordeste da Síria, denunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O director do OSDH, Rami Abderrahman, explicou que estas mulheres são "exploradas sexualmente", além de efectuarem trabalhos domésticos e ajudarem os combatentes.
A organização não-governamental acrescentou que os terroristas do EI decidiram vender as escravas por as famílias das populações locais não autorizarem casamentos das suas filhas com 'jihadistas' feridos em combate.
O OSDH, com sede em Londres e uma ampla rede de activistas na Síria, obteve testemunhos sobre as escravas na periferia da zona leste de Deir al Zur, capital da província homónima, sob controlo do EI.
A ong explicou que a venda de mulheres capturadas pelo EI, na Síria e no Iraque, é um negócio muito lucrativo para os dirigentes e membros do grupo.
Os jihadistas consideram estas mulheres, na maioria dos casos yazidis, minoria religiosa do norte do Iraque, "espólio da guerra contra os hereges".
Em Julho passado, o EI vendeu 42 prisioneiras yazidis na localidade de Al Mayadin, no leste da província síria de Deir al Zur, por valores que rondavam entre os 500 e os dois mil dólares por mulher.
Os terroristas proclamaram, em Junho de 2014, um califado nas zonas que controla na Síria e no Iraque.