15 mai, 2024 - 08:30 • André Rodrigues
Está decidido. O futuro aeroporto da região de Lisboa vai ser em Alcochete e vai chamar-se aeroporto Luís de Camões.
O anúncio foi feito esta terça-feira ao início da noite pelo primeiro-ministro. É o culminar de um processo que se arrasta há mais de 50 anos.
O Explicador Renascença esclarece tudo o que está em causa.
Pelo menos, volta a ser oficial que o novo aeroporto para Lisboa vai ficar na margem sul do Tejo. Isto depois de, em 2008, o primeiro-ministro da altura, José Sócrates, ter feito esse mesmo anúncio.
A novidade agora é que há uma localização definida: Luís Montenegro anunciou que o futuro aeroporto Luís de Camões vai nascer no campo de tiro de Alcochete, seguindo as recomendações da Comissão Técnica Independente que avaliou as possibilidades para a construção do novo aeroporto.
Citando o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, "2030 e 2031 não é possível. 2034 será razoável". Ou seja, se tudo correr como previsto - e sem grandes derrapagens que também é normal que aconteçam, como quase sempre acontece nas grandes obras públicas - poderemos ter o novo aeroporto de Lisboa dentro de 10 anos.
Por outro lado, a par com a construção do novo aeroporto, o Governo compromete-se com o aumento da capacidade Aeroporto Humberto Delgado, que passará a ser uma infraestrutura a prazo, até que a pista de Alcochete esteja pronta a funcionar.
Os tais 10 anos de que fala o ministro das Infraestruturas.
É para fechar, mais cedo ou mais tarde.
Ou seja, o prazo de vida do Aeroporto Humberto Delgado está dependente da conclusão do futuro aeroporto em Alcochete.
É uma boa pergunta. E é também a pergunta deixada pela líder do Bloco de Esquerda, na reação ao anúncio de Luís Montenegro.
Importa recordar que o Montijo era a localização preferida pela ANA Aeroportos.
Por ser mais barata no investimento que era necessário realizar. E, por isso, também, mais rentável num mais curto espaço de tempo. Ou seja, a ANA Aeroportos entende que o Montijo era a solução que melhor protegia o investimento realizado.
Daí a pergunta: que contrapartidas foram dadas à Vinci, por esta escolha?
Entretanto, em comunicado, a ANA Aeroportos promete dar trabalhar, de imediato, nas soluções apresentadas pelo Governo, que incluem o aumento da capacidade do atual aeroporto Humberto Delgado. E essa era uma das exigências da empresa gestora dos aeroportos nacionais.
Com satisfação, mas, ao mesmo tempo, com um apelo à celeridade.
Luís Rodrigues, o presidente da companhia aérea nacional, pede rapidez na construção do novo aeroporto da região de Lisboa.
E admite que, quando a infraestrutura estiver operacional, a TAP será "uma nova companhia com mais oportunidades de crescimento", algo que será fundamental para o processo de privatização da companhia.