24 set, 2015 - 10:05
Pelo menos 717 peregrinos morreram esta quinta-feira perto de Meca, na Arábia Saudita, na sequência de um esmagamento que ocorreu quando milhares de pessoas começaram a fugir para o Vale de Mina.
O número de feridos chega aos 863, segundo as mais recentes declarações dos serviços de protecção civil sauditas.
As operações de socorro ainda decorrem e tudo indica que o número de vítimas deve subir. Aliás, as primeiras contagens apontavam para 150 mortos, mas o balanço tem sofridos constantes actualizações nas agências internacionais.
É ainda desconhecido o motivo que causou a fuga desordenada dos peregrinos em Mina, onde foram realizadas obras nos últimos anos para facilitar as movimentações.
Em 1990, 1.426 peregrinos morreram numa debandada em Meca durante o mesmo ritual de "apedrejamento de Satanás". Nesse incidente, há 25 anos, milhares de peregrinos circulavam dentro do túnel de al-Muaissem, na mesma zona do incidente desta quinta-feira.
Começou na terça-feira aquele que é o maior encontro anual muçulmano do mundo, com centenas de milhares de muçulmanos a deslocarem-se para o Vale de Mina para uma peregrinação que dura seis dias. Esperam-se quase dois milhões de pessoas.
Este ano, a peregrinação foi marcada logo de início pela tragédia de há 10 dias, após um acidente com uma grua que caiu no interior da grande mesquita de Meca e que provocou a morte a 107 pessoas e ferimentos a 238.
As autoridades sauditas mobilizaram 100 mil polícias e subiram o nível de alerta em toda a província de Meca. Em paralelo à peregrinação decorre a guerra da Arábia Saudita no Iémen, contribuindo para o aumento da violência jihadista em alguns países muçulmanos.
Ritual das pedras
No primeiro dia da festa de Adha (Festa do Sacrifício), perto de dois milhões de peregrinos, segundo estatísticas divulgadas na quarta-feira, começaram esta quinta-feira o ritual de "apedrejamento de Santanás" em Vale de Mina, oeste da Arábia Saudita.
O ritual consiste em atirar sete pedras no primeiro dia do Eid al-Adha contra uma grande coluna que representa o Diabo, e outras 21 no dia seguinte ou nos dois dias seguintes contra três colunas (grande, média e pequena) erguidas na cidade sagrada de Meca. Hoje, estas colunas foram substituídas por paredes.
Antes do início da peregrinação ou 'hajj', há 10 dias, uma grua caiu no interior da grande mesquita de Meca, provocando a morte de 109 pessoas e ferindo mais de 400.
A peregrinação está entre os cinco pilares do islamismo e todos os muçulmanos deverão realizá-la pelo menos uma vez na vida.
[Notícia actualizada às 14h49]