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"Alma Viva" é o candidato de Portugal aos Óscares

19 set, 2022 - 11:22 • Lusa

A longa-metragem, da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, centra-se em Salomé, uma menina, filha de emigrantes portugueses em França, que passa o verão numa aldeia com a avó, com quem tem uma forte ligação afetiva e espiritual.

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O filme "Alma Viva", da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, é o candidato de Portugal a uma nomeação para os Óscares, revela a Academia Portuguesa de Cinema.

Esta longa-metragem foi a mais votada entre os membros da academia para concorrer a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional, em 2023.

"Alma Viva", produzido pela Midas Filmes em coprodução com França e Bélgica, é a primeira longa-metragem de Cristèle Alves Meira e estreou-se este ano na Semana da Crítica, em paralelo ao festival de Cannes.

O filme, um microcosmo sobre laços familiares, emigração, misticismo e a cultura transmontana, foi integralmente rodado em Junqueira, concelho de Vimioso, onde a realizadora tem raízes maternas; e as filmagens, feitas no verão passado, contaram sobretudo com atores não profissionais da localidade.

"Alma Viva" centra-se em Salomé, uma menina, filha de emigrantes portugueses em França, que passa o verão numa aldeia com a avó, com quem tem uma forte ligação afetiva e espiritual.

Salomé irá testemunhar a morte da avó e suspeita que esta foi envenenada por bruxaria por outra mulher da aldeia. Enquanto a família organiza o funeral, Salomé acredita que está acompanhada pelo espírito da avó e tenta vingar a sua morte.

"A história foi completamente inspirada em histórias poderosas e misteriosas que ouvi ao pé da lareira. Essas histórias são quase como a memória arcaica de Portugal, a matriz da nossa cultura e eu queria voltar a essas tradições e contar essas histórias no cinema, para estar nessa transmissão de cultura", explicou Cristèle Alves Meira à agência Lusa nas vésperas da estreia mundial.

O filme é também um retrato da emigração portuguesa, das famílias que se separam entre os que ficam e os que partem, e das complexas diferenças sociais e económicas que daí nascem.

Filha de um minhoto e de uma transmontana que emigraram para França, Cristèle Alves Meira mantém a ligação a Portugal e às origens dos pais e assume que este filme tem um pendor autobiográfico, mesmo sendo uma ficção.

Além de "Alma Viva", os membros da Academia Portuguesa de Cinema tinham outros quatro filmes a votação: "Lobo e Cão", de Cláudia Varejão, "Mal Viver", de João Canijo, "Restos do Vento", de Tiago Guedes, e "Salgueiro Maia - O Implicado", de Sérgio Graciano.

A 95.ª edição dos Óscares está marcada para 12 de março, em Los Angeles.

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