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Como está a UE de saúde mental?

15 abr, 2015 - 15:34 • Ana Carrilho/Manuela Pires/Ricardo Conceição

A propósito do Prémio Cidadão Europeu atribuído à Ordem Hospitaleira pelo trabalho feito com doentes mantais, a <b>Renascença</b> olha para o estado da saúde mental dos cidadãos europeus e sobretudo, portugueses. E para os cuidados que recebem.

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Os estudos da União Europeia revelam que, até 2020, os custos com a depressão vão triplicar e 88% deles, são indirectos, provocados pela perda de produtividade.

Para a União Europeia, é claro que é preciso adoptar uma intervenção transversal em todas a políticas públicas e nos diversos países, para promover a saúde mental dos cidadãos e prevenir as perturbações.

Em Portugal, o relatório da Direcção Geral de Saúde diz que, pelo menos, 1 em cada 5 portugueses sofrem de perturbações psiquiátricas.

O encerramento de muitos hospitais psiquiátricos a partir de 2009 ainda agravou mais os problemas de muitos doentes. Os serviços públicos não dão resposta e o apoio, normalmente, é garantido pelo Sector Social. Muito especialmente pela Ordem Hospitaleira de São João de Deus.

O trabalho desta organização religiosa foi, aliás, recentemente reconhecido pelo Parlamento Europeu com o prémio “Cidadão Europeu”.

A Ordem presta assistência aos mais desfavorecidos a diversos níveis: doentes, toxicodependentes, sem-abrigo e pessoas com perturbações mentais. Tem 45 mil colaboradores e 8 mil voluntários em 53 países dos 5 continentes. Em Portugal a Ordem tem 8 centros.

A jornalista Ana Carrilho visitou a Casa de saúde do Telhal, que acolhe maioritariamente doentes com perturbações mentais e que é um bom exemplo do trabalho feito pela Ordem.

Em estúdio, o Provincial da Ordem Hospitaleira de São João de Deus em Portugal, o Irmão Vitor Lameiras, reconheceu que “os dados revelam uma situação complicada a nível europeu mas sobretudo, para Portugal” por estarmos a viver “uma fase de mudança” e a Ordem Hospitaleira, uma instituição do sector social que mais dá apoio a doentes com perturbações mentais, sente problemas nos últimos anos.

Com o encerramento dos hospitais psiquiátricos, depois de 2009, a situação agravou-se para muitos doentes. Os centros da Ordem passaram a receber mais doentes. E, normalmente, chegam já numa fase avançada da doença, para um internamento, quase sempre, definitivo. A Ordem tem tido dificuldade em responder às necessidades.

O Governo garante para breve a Rede de Cuidados Continuados de Saúde Mental prometida desde o início da legislatura. Temos estado a falar de “remédio” e que em muitos casos, nem o chega a ser porque a recuperação raramente é possível. Mas se calhar, o maior investimento devia ser feito na prevenção da saúde mental dos cidadãos, afirma.

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