20 mar, 2023 - 06:30
O presidente da China. Xi Jinping, e o
presidente da Rússia, Putin, encontram-se em Moscovo. Os dois ditadores terão
ocasião de reafirmar a sua “amizade sem limites” que proclamaram em setembro
passado.
A cooperação russo-chinesa é do interesse de ambas as partes. Mas estas não têm igual peso – a China é o parceiro dominante.
Os dirigentes chineses nunca compreenderam o colapso do comunismo soviético e procuram evitar que a ditadura de Putin lhe siga os passos. A invasão russa da Ucrânia agrada a Pequim porque pode enfraquecer o rival estratégico, os Estados Unidos. Por outro lado, a falta de respeito da Rússia pela soberania territorial da Ucrânia incomoda a China por causa de Taiwan.
Agora, enquanto a Rússia se fecha num certo isolamento internacional, a China pretende desempenhar um papel destacado na cena mundial. Xi Jinping chega a Moscovo dias depois de um assinável êxito internacional da China: o acordo entre a Arábia Saudita e o Irão, mediado pela China e assinado em Pequim.
A Arábia Saudita e o Irão, rivais históricos, estavam desde 2016 sem relações diplomáticas. A China não dá importância a violações de direitos humanos (que não faltam naqueles dois países do Médio Oriente), o que facilita o relacionamento com dirigentes sauditas e iranianos. A China interessa-se pelo petróleo.
Este acordo Arábia Saudita-Irão é um golpe na posição americana no Médio Oriente e uma ameaça a Israel. Melhora a imagem internacional da China. E não está excluído um encontro próximo entre Xi Jinping e Zelensky.