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Diplomacia

O que sabemos sobre o caso da suspensão de vistos a iranianos

17 jul, 2019 - 18:54 • João Pedro Barros com agências

Presidente da República fala em “razões de segurança”. Porém, o jornal “i” refere “movimentações suspeitas” e o “Público” avança que o facto de um funcionário ter sido atingido a tiro é a principal causa da decisão.

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O Presidente da República assegurou esta quarta-feira que a suspensão da concessão de vistos a cidadãos iranianos que queiram entrar em Portugal nada tem a ver com as relações diplomáticas entre os dois Estados. Marcelo Rebelo de Sousa seguiu assim a versão oficial divulgada na terça-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

“Há razões de segurança que têm a ver com condições de funcionamento do nosso posto consular, que explicam essa suspensão da concessão de vistos. Não tem nada a ver com relações diplomáticas, não tem nada a ver com a relação que existe entre os Estados. Tem a ver com um problema específico, determinado por razões de segurança”, declarou o Presidente aos jornalistas.

Na terça-feira, Augusto Santos Silva tinha garantido que as razões de segurança se prendiam “com as condições de funcionamento da secção consular” da Embaixada de Portugal em Teerão e que o seu funcionamento seria retomado “tão brevemente quanto possível”. "Darei explicações mas não em público, por questões de segurança", acrescentou.

Em comunicado divulgado horas mais tarde, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) esclarecia que a suspensão está a ser aplicada a todas as atividades da secção consular e que não resulta de uma “avaliação sobre as condições gerais de segurança na República do Irão, ou de qualquer outro aspecto de natureza institucional ou política”.

Funcionário da embaixada atingido a tiro em março

As declarações do chefe de Estado e do ministro são pouco esclarecedoras sobre os factos que terão originado a decisão. Porém, o jornal “i” avançou, na edição desta quarta-feira, que “movimentações suspeitas” de dois cidadãos iranianos terão “lançado um alerta” junto dos serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A notícia acrescenta que, em 2018, foi detido um diplomata iraniano, adido na Embaixada de Viena, na Áustria, por suspeitas de envolvimento no planeamento de um ataque contra um grupo opositor do Governo de Hassan Rouhani. Isso terá colocado um foco especial dos serviços de segurança de vários países em relação ao Irão.

Por outro lado, o “Público”, na sua edição “online”, avançou na tarde desta quarta-feira que o facto de um funcionário da Embaixada em Teerão ter sido atingido a tiro, a 12 de março, foi considerado uma quebra de segurança e será a principal causa para a decisão da suspensão.

Augusto Santos Silva falou então de uma “emboscada”, mas o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Bahram Qasemi, avançou que as investigações iniciais apontavam para um incidente originado por “questões pessoais”.

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