05 mar, 2019 - 19:28 • Redação
Renato Sanches deu um salto maior do que a perna quando deixou o Benfica, rumo ao Bayern Munique. O próprio o admite, embora garanta que mantém a ambição e esperança de se afirmar no clube alemão.
Em entrevista ao "The Players Tribune", Renato recorda a mudança para a Alemanha, após a conquista do Euro 2016 ao serviço da seleção. Vitória que teve grande impacto na sua carreira, para o melhor e para o pior.
"A transferência para o Bayern foi um mês antes do Europeu. Esse Europeu, fico sem palavras. É a conquista da qual mais me me vou orgulhar por muito, muito tempo. Pensei que o torneio me ia preparar para a pressão da Liga alemã. Pensei que estava preparado. Mas rapidamente percebi que não estava", reconhece o médio português.
Na altura, Renato tinha 18 anos. Agora, com 21, percebe que o fator decisivo foi a diferença entre os futebóis alemão e português.
"O futebol em Munique, e na Alemanha como um todo, é tão diferente. Em Portugal, eu corria e corria porque tinha a capacidade técnica e a consciência para corrigir a minha fadiga. Na Alemanha, podes correr muito, mas o jogo é tão rápido que tem de ser coordenado, caso contrário és apanhado fora de posição. Era tudo tão diferente", recorda.
Renato Sanches não se esquece das críticas que teve de ouvir: "‘Flop, falhado, porcaria, vendam-no enquanto podem’. O pior é que, por mais que eu tentasse, não conseguia encontrar o meu jogo."
Do interlúdio doloroso à maturidade
O empréstimo ao Swansea, no segundo ano, foi dificultado por uma lesão, que o deixaram "durante meses sozinho num apartamento a ver a chuva cair". "Nada te prepara para isso", assinala o jogador.
No verão de 2018, tudo mudou. "Comecei a reencontrar o meu jogo", conta Renato. O internacional português ficou na equipa e, esta época, já leva 19 jogos realizados, com um golo marcado, precisamente ao Benfica.
Três anos mais velho e com experiências por que não sonhava passar, os objetivos de Renato não mudaram, mas as prioridades alteraram-se:
"Queria ganhar a Bola de Ouro e ganhar todas as medalhas e troféus. E ainda tenho todos os objetivos, mas agora vêm atrás dos meus novos sonhos. Quero estar em grande forma, jogar mais minutos, ouvir as pessoas dizer: ‘Este é o Renato que contratámos’. Com o tempo, vou chegar lá. A minha viagem não tem sido fácil, mas não acabou."