26 jun, 2019 - 07:30 • Redação
A capacidade financeira e o nível de escolaridade das famílias é determinante para o percurso dos jovens no ensino superior. A conclusão é de um estudo do EDULOG, da Fundação Belmiro de Azevedo, que é apresentado esta quarta-feira no Porto.
Segundo este estudo, avançado pelo "Jornal de Notícias", os filhos de pais com mais estudos optam pelas universidades, em particular por cursos com notas mais elevadas, como Medicina, Direito e Engenharias.
Já os alunos mais desvaforecidos vão sobretudo para politécnicos e dominam nos cursos de Educação e Ciências Empresariais.
Apesar de os jovens (18-24) que não têm um progenitor com formação superior serem 78% da população, correspondem apenas a 61% dos novos inscritos no Superior, o que indica que há uma sobrerepresentação dos estudantes com famílias com formação superior, alertam os investigadores.
Alberto Amaral, coordenador científico do estudo e também presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, considera que uma das soluções deveria passar pela criação de mais vagas nos melhores cursos. “As áreas que têm grande procura e níveis de acesso complicados deviam provavelmente ter uma maior abertura em termos do número de alunos. Quando o número de vagas aumentar o problema começa a diminuir”, diz à Renascença.
Contudo, sublinha que este não é um problema exclusivo da realidade portuguesa. “O cenário piorou no sentido em que começaram a aparecer mais cursos em que esse fenómeno se fez sentir. Mas isto é uma coisa conhecida a nível internacional, se formos ver a composição social dos alunos de Oxford, Cambridge, Harvard ou Yale veremos que isso acontece, e a composição social é completamente diferente de uma 'community college' nos Estados Unidos”, descreve.
[Notícia atualizada às 11h47]