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Joaquim Evangelista avisa. “Problemas como o Belenenses vão acontecer cada vez mais”

03 jun, 2019 - 16:45

“Gostamos muito dos clubes, mas pouco de futebol”, diz José Pereira, presidente do Sindicato dos Treinadores.

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O presidente do sindicato dos jogadores, Joaquim Evangelista, diz que se vai assistir a cada vez mais problemas como o que afetou o Belenenses, em que a SAD e o clube ficaram de costas voltadas, levando o clube a formar uma nova equipa de futebol que começou a competir nas distritais.

Falando num painel com o presidente do Sindicato dos Treinadores, José Pereira, durante a I Conferência Bola Branca, que decorre no auditório da Renascença, em Lisboa, Joaquim Evangelista diz que é preciso encontrar forma de garantir a sustentabilidade dos clubes, pois quando estes têm problemas financeiros acabam por ser os jogadores a pagar.

“Os jogadores não obrigados a pagar a fatura dos erros dos clubes, como se viu com o Arouca e o Nacional. A direção do Arouca foi de férias, com um grande desrespeito. O Nacional ameaçou despedimentos coletivos. São dois exemplos como é preciso regular mais. Dois clubes profissionais que deveriam ter pressupostos financeiros que permitisse a garantia do cumprimento das obrigações", diz.

Entre as possíveis soluções, Evangelista sugere que “na distribuição das receitas, poderiam dar uma maior receita em clubes que fazem a aposta na formação”.

José Pereira, em representação dos treinadores, lamenta o ambiente de suspeição que rodeia o futebol em Portugal e diz que esse é o primeiro obstáculo a ultrapassar. “Enquanto não eliminarmos a suspeição no futebol, é difícil conseguir concretizar algum objetivo. Será que todos fazemos o que está ao nosso alcance? Normalmente, os grandes casos são protagonizados pelos dirigentes. Nessa área, temos também de dizer que a comunicação social dá mais foco às coisas negativas, do que positivas”.

O dirigente sindical diz que a renovação do futebol português tem de começar com os mais novos. “Somos considerados um país com os melhores jogadores e treinadores do mundo, mas não vejo assim tantas referências aos dirigentes. Um dos nossos grandes defeitos é que gostamos muito dos clubes, e não de futebol. É mais importante ensinar a jogar do que a ganhar, e nós temos a preocupação de ensinar a ganhar primeiro.”

“A discussão é quem tira mais proveito, quem se classifica melhor. A organização e formação fica para segundo plano”, lamenta.

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