30 mai, 2019 - 23:28 • Susana Madureira Martins
As eleições europeias estão arrumadas, e com uma “vitória clara e inequívoca”, mas atenção, avisa António Costa, é preciso “perceber bem que esta confiança que foi renovada” ao PS “não foi um cheque em branco, foi mesmo uma responsabilidade acrescida” para concluir “nesta legislatura o trabalho que ainda está em curso”.
Avisos do líder do PS numa intervenção inicial na comissão política do partido e a que os jornalistas puderam assistir na íntegra, e que serviu na prática como preparação para as legislativas e dar ordem de mobilização aos dirigentes nacionais e não descansarem à sombra dos resultados das europeias.
É que até outubro há trabalho e dossiês para fechar e Costa elenca alguns deles: a legislação laboral, a lei de bases da saúde e a da habitação, o Programa Nacional de Infraestruturas ou o cadastro florestal, com o líder socialista a reforçar que “esta legislatura não está acabada”.
Mas há mais. Ainda nesta legislatura e fora do âmbito legislativo há matérias que António Costa também quer ver resolvidas, “um conjunto de responsabilidades”, que o líder socialista não quer “deixar de assumir como prioritárias”. E são elas os transportes públicos, Serviço Nacional de Saúde, emissão do Cartão do Cidadão ou do passaporte, porque, diz Costa, é preciso “responder às necessidades dos cidadãos num conjunto de serviços cujo funcionamento deficiente não é aceitável”. No fundo, corrigir isto tudo e ganhar pontos para as eleições de outubro.
Esta comissão política serviu ainda para o líder socialista anunciar quatro convenções regionais temáticas entre 15 de junho e 6 de julho para preparar o programa eleitoral das legislativas. Uma sobre alterações climáticas, outra sobre demografia, transição digital e uma última sobre combate às desigualdades. Isto para culminar na convenção nacional de 20 de julho.
Costa mantém a tese de que é preciso “contas certas e continuar a ambição de ter uma política económica estável”, também quer “prosseguir a descentralização” e o combate à corrupção.
Bem humorado, terminou esta intervenção inicial à porta aberta com um “há boas razões para o PS estar confiante” e até vaticina que “desta vez” a preparação das legislativas “vai ser mais fácil”, com o líder socialista a mostrar-se certo “que muitos daqueles que há quatro anos olhavam e diziam que se calhar o PS não ia ser capaz de fazer, terão uma confiança acrescida para dizer que ‘se dizem que vão fazer, é mesmo porque vão fazer, por isso podemos confiar’”.