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Novo bispo de Vila Real

D. António Augusto Azevedo. Um pastor que quer "corresponder aos desafios" modernos

11 mai, 2019 - 11:01 • Henrique Cunha

Disponível para servir, alegre pela confiança do Papa e pronto para “ser fiel aquilo que são as indicações próprias do Santo Padre” sobre a questão dos abusos na Igreja. D. António Augusto Azevedo vai ser o novo bispo de Vila Real. A nomeação do até aqui bispo auxiliar do Porto foi divulgada este sábado pelo Vaticano.

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D. António Augusto Azevedo nomeado bispo de Vila Real. “Um povo de Deus com uma grande cultura e fé”
D. António Augusto Azevedo nomeado bispo de Vila Real. “Um povo de Deus com uma grande cultura e fé”

D. António Augusto promete aprofundar o seu conhecimento da realidade da sua nova diocese sem qualquer “resposta pré-concebida”.

Em entrevista à Renascença, o bispo auxiliar do Porto que vai assumir os destinos da diocese de Vila real revela que a sua entrada na nova diocese ocorrer no último dia do mês de junho e afirma a sua disponibilidade humilde para “aprender com as pessoas que estão no terreno há muitos anos” e “com a larga tradição cultural e cristã das comunidades de Vila Real”.

O objetivo principal é “em conjunto corresponder aos desafios que os tempos de hoje” trazem à Igreja.

Como recebeu esta nomeação do Santo Padre para Bispo de Vila Real?

Acolhi esta nomeação com alegria pela prova de confiança que o Papa Francisco manifestou ao escolher-me para bispo de Vila Real. E também com sentido de responsabilidade, porque servir a Igreja e servir esta diocese de Vila Real, em concreto, e neste tempo em que vivemos é certamente um grande desafio.

Que palavra para a sua nova diocese?

A que ocorre neste momento é uma palavra de grande disponibilidade para servir esta Igreja, para como pastor e bispo, caminhar com o povo de Deus, para todos termos uma Igreja que procura em conjunto corresponder aos desafios que os tempos de hoje nos deixam….

Vai para uma diocese do interior marcada por um forte despovoamento, por uma população envelhecida e também pela falta de sacerdotes. Por onde passam as suas prioridades?

Neste momento não tenho propriamente prioridades porque haverá tempo de ir, de estar e de conhecer. Certamente nesse conhecimento virão ao de cima algumas dificuldades, mas certamente e, isso é o mais importante, haverá muitas potencialidades humanas, muita energia, muita vontade, e sobretudo muita fé de um povo de Deus com uma grande cultura e uma grande fé. Portanto, serão identificadas algumas dificuldades, algumas limitações dentro da Igreja e também em termos sociais, mas o mais importante é contar com a vontade das pessoas, do clero, das comunidades, porque certamente muito poderá ser feito.

Significa que os primeiros tempos serão mais de reflexão e de interiorização da realidade da diocese?

Sim, serão de um aprofundamento e de conhecimento mais forte da realidade. Porque, uma coisa é a realidade captada por quem como eu a conhece como turista. É importante conhecer mais a fundo a realidade concreta da Igreja, da sociedade e a partir daí com todos irmos procurando caminhos e respostas novas para os desafios novos. Porque há questões muito específicas, muito locais, muito próprias da diocese, mas há também outras próprias do mundo global e Vila Real - a diocese, as cidades, vilas e aldeias – certamente partilha desta realidade e quer estar muito presente neste mundo de que fazem parte.

A organização pastoral é algo particular em cada diocese. Será uma das suas primeiras prioridades?

Nesta lógica inicial do conhecimento evidentemente que haverá também um conhecimento das estruturas, das realidades concretas e de que forma é que se vão ajustando à situação e aos desafios. Portanto, não tenho qualquer resposta pré-concebida, pelo contrário, irei escutar, irei ver e sobretudo aprender… aprender com as pessoas que estão no terreno há muitos anos e certamente irão aparecer propostas ideias, projetos, em continuidade com uma larga tradição cultural e cristã das comunidades de Vila Real, e certamente é este caminho que continuará a ser feito para termos um futuro melhor.

Como vai gerir esta indicação do Papa Francisco para a constituição de comissões diocesanas por causa da questão dos abusos?

Relativamente a essa questão iremos refletir em diocese, nos organismos próprios e iremos certamente ser fiéis aquilo que são as indicações próprias do santo padre e iremos corresponder aos seus desejos e seus desafios. Tudo vamos fazer para que no caso concreto deste drama não se repita. Como o Papa recomenda iremos investir na prevenção.

Já há data para a entrada na Diocese?

Em princípio, poderá ser no dia 30 de junho.

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