A+ / A-

Pais não aceitam cancelamento das obras na secundária do Restelo

05 abr, 2019 - 08:00 • Manuela Pires

Verbas para requalificação da Escola Secundária do Restelo integravam um plano elaborado pela DGEST, mas foram transferidas para outra escola do agrupamento.

A+ / A-

A associação de pais da Escola Secundária do Restelo não se conforma com o cancelamento das obras que estavam previstas para este ano, depois de as verbas afetas à requalificação do estabelecimento terem sido reorientadas para outra escola do agrupamento.

“Nós não estamos contra a realização de obras na outra escola, mas lutamos muito para a requalificação da Secundária do Restelo e agora dizem-nos que as obras estão canceladas”, diz fonte da associação de pais à Renascença.

Desde 2014 que a associação de pais e encarregados de educação da secundária do Restelo tem levado a cabo várias iniciativas para tentar pressionar o Ministério da Educação a fazer obras. Lançaram uma petição online, chamaram a atenção da Câmara de Lisboa, da junta de freguesia e conseguiram a visita de alguns deputados da Assembleia da República, que no ano passado aprovaram um projeto de resolução onde pediam a requalificação urgente da escola, bem como a “realização das obras indispensáveis à sua integral requalificação”.

A pressão surtiu efeito. No ano passado, a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEST) elaborou um plano de obras para ser realizado em três anos, 2018, 2019 e 2020. Ainda em 2018, foram substituídas as coberturas que continham amianto e foram feitas obras de requalificação em vários pavilhões.

Para este ano, o plano previa a substituição de estores (a maior parte não funciona), a intervenção nos laboratórios de Biologia e a requalificação total de outros pavilhões que ainda não foram alvo de intervenção. Só que nada disto vai ser feito.

Patrícia Dias, da associação de pais, diz à Renascença que “tiveram conhecimento no mês de fevereiro de que as obras estavam canceladas, porque o dinheiro ia ser gasto para fazer obras noutra escola do mesmo agrupamento”.

Os pais não põem em causa a urgência e a necessidade de fazer obras na Escola Paula Vicente, mas não aceitam que essas obras adiem ainda mais a requalificação da secundária.

A situação também não agrada ao diretor do agrupamento de escolas do Restelo, onde está integrada a escola Paula Vicente. Entrevistado pela Renascença, Júlio Dias dos Santos diz que “as obras que devem ser feitas numa escola não podem comprometer o que estava estabelecido, programado e prometido para a secundária do Restelo”.

Júlio Dias dos Santos compreende a decisão que atribui à DGEST, “perante a queda de um muro, das infiltrações nas coberturas das salas de aula, e dos pátios que estão degradados" na escola Paula Vicente, "É uma evidência e a DGEST considerou prioritárias as obras na Paula Vicente em detrimento da requalificação da secundária do Restelo”, explica.

Perante este facto, o diretor do agrupamento não sabe se as obras que estavam previstas para o próximo ano e orçadas em 466 mil euros vão ser realizadas.

A associação de pais não aceita este retrocesso. À Renascença, Paula Domingues, outra responsável da associação de pais, garante que não vão deixar passar esta situação em claro, até porque “ há uma decisão que foi tomada pelos deputados e a Assembleia da República aprovou uma recomendação onde se exigia a requalificação urgente da escola”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+