02 abr, 2019 - 06:49 • Lusa
A qualidade dos profissionais de saúde é o ponto mais forte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para os utentes e um dos que deve ser valorizado, segundo um estudo divulgado esta terça-feira.
O Índice de Saúde Sustentável, da NOVA Information Management School (NOVA-IMS), da Universidade Nova de Lisboa, desenvolveu este ano um indicador novo, o índice de atuação preferencial, que resulta da avaliação que os utentes fazem dos determinantes da qualidade dos cuidados de saúde e da importância que atribuem a cada um deles.
Segundo o estudo, a qualidade dos profissionais de saúde merece uma avaliação de 78,3 (numa escala de 0 a 100), enquanto a facilidade de acesso aos cuidados de saúde (59 pontos) e os tempos de espera entre a marcação e a realização dos atos médicos (54 pontos) são os pontos mais negativos do SNS.
"Tentámos ainda perceber, se se fizesse investimento, de que forma poderia ser distribuído para melhorar a perceção global dos cidadãos relativamente ao SNS. Aqui, a dimensão que aparece como de atuação mais preferencial são os próprios profissionais de saúde", explicou Pedro Simões Coelho, coordenador do estudo.
O responsável afirmou ainda que a qualidade dos profissionais de saúde "é o principal ponto forte do sistema" e "é tão importante para os cidadãos que, como ainda tem margem de progressão, seria a variável em que o investimento teria maior impacto".
Segundo o índice de atuação preferencial, que estabelece prioridades e distribui a percentagem de investimento para cada determinante, a qualidade dos profissionais de saúde têm um peso de 31%, a facilidade de acesso 27%, os tempos de espera entre a marcação e a realização dos atos médicos 17%.
"Juntando os dois [qualidade dos profissionais de saúde e facilidade de acesso], estimamos que quase 60% do esforço do SNS deveria ser colocado nestas duas dimensões e os outros 40% distribuídos nas restantes dimensões", disse Pedro Simões Coelho.
Quanto ao acesso ao SNS e às taxas moderadoras, o estudo indica que os portugueses têm uma ideia de valores acima dos realmente praticados, seja nas consultas com o médico de família ou nas consultas externas/especialidade nos hospitais, julgando inclusive que há lugar a taxa moderadora em caso de internamento, quando tal já não acontece.