25 mar, 2019 - 13:19 • Lusa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte do arquiteto Manuel Graça Dias, sublinhando o "indisfarçável entusiasmo" pela "paixão de uma vida".
Manuel Graça Dias morreu no domingo à noite, num hospital em Lisboa, aos 66 anos e o velório realiza-se esta segunda-feira à tarde na Basílica da Estrela, na capital.
Desde sempre ligado a Lisboa, onde nasceu, estudou e trabalhou, Manuel Graça Dias criou em 1990 o ateliê Contemporânea, com Egas José Vieira, com quem criou obra emblemática da arquitetura portuguesa.
"Uma vida inteira de dedicação ao seu trabalho, grande parte em parceria com Egas José Vieira, torna quase injusto destacar apenas algumas das suas obras mais notáveis – e foram tantas – e que mereceram prémios, menções honrosas, distintas nomeações nacionais e internacionais", refere Marcelo Rebelo de Sousa numa nota de pesar.
A mais recente obra dos dois arquitetos foi a renovação do Teatro Luís de Camões (Lu.Ca), em Lisboa, edificado em 1880 e reconvertido num espaço cultural exclusivamente para os mais novos.
Para o Presidente da República, "é inevitável lembrar que o projeto do Pavilhão de Portugal na Expo de Sevilha em 1992 a ele o devemos, tal como o projeto do Teatro Municipal de Almada, a sede da Ordem dos Arquitetos (a qual dirigiu entre 2000 e 2004) e o comissariado da representação de Portugal na VIII Bienal de São Paulo, momento em que Manuel Graça Dias elevou o nome de Portugal no panorama internacional da arquitetura".
O Chefe de Estado recordou ainda que Manuel Graça Dias foi condecorado em 2006, com a Ordem do Infante D. Henrique, "não apenas pelo conjunto da sua obra, mas por uma carreira dedicada também ao ensino, à crítica de arquitetura em jornais, programas de rádio e televisão, onde ensinava, falava e discutia com indisfarçável entusiasmo a paixão de uma vida".