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Diocese de Braga promove debates sobre Corrupção, Populismo e Migrações

22 mar, 2019 - 07:50 • Isabel Pacheco

O IV ciclo de conferências “Nova Ágora” começa esta sexta-feira, em Guimarães. Ex-PGR Joana Marques Vidal é uma das oradoras.

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“É tempo de dizer basta” à corrupção e de termos uma sociedade e uma Igreja “mais transparentes”, diz à Renascença o padre Eduardo Duque, coordenador do ciclo de conferências “Nova Ágora”, que arranca esta sexta-feira.

A iniciativa, promovida pela arquidiocese de Braga, reúne habitualmente crentes e não crentes na discussão de preocupações que são de todos.

Para aquele responsável ainda há muito trabalho a fazer no combate à corrupção. “Portugal precisa de melhorar imenso os níveis de transparência, dentro e fora da Igreja, ou seja, a sociedade como um todo”, explica.

Para além da corrupção, que será o primeiro tema em debate, a edição deste ano também propõe refletir sobre o “perigo dos populismos”, um fenómeno que “pode surgir a qualquer momento” em Portugal.

“Se os nossos políticos não forem capazes de ter programas políticos muito claros, e de os cumprir, se os nossos políticos não forem capazes de dar um salto para o mundo da transparência, creio que é muito fácil que Portugal caia, quer local, quer centralmente, no populismo”, alerta o responsável.

As migrações, um dos dramas da atualidade, será o terceiro tema em discussão, dia 5 de abril. Para o padre Eduardo Duque esta é uma problemática que merece “mais e melhores políticas” do Governo.

“Como vamos acolher as pessoas?”, questiona o sacerdote, e também docente da Universidade Católica, que defende a necessidade de políticas que efetivamente fixem os jovens. E dá exemplos.

“Desde logo providenciar locais, terras, casas a preços acessíveis, e trabalho sem os explorar. Não podemos ter migrantes a fazer o trabalho que não queremos. Isso não seria correto”, afirma.

A questão das “migrações” vai fechar o ciclo das três sessões da ‘Nova Ágora’, que pela primeira vez, para além de Braga, vai decorrer também em Vila Nova de Famalicão e em Guimarães. “É uma forma de chegar a mais pessoas, mas também de nos desinstalarmos de Braga, porque, por natureza, a ‘Nova Ágora’ é um momento de diálogo que desinstala as pessoas”, explica o coordenador da iniciativa.

O IV ciclo de debates arranca esta sexta-feira no Paço dos Duques, em Guimarães, com a conferência “Olhares sobre o Poder e Corrupção", e as intervenções de Joana Marques Vidal, Procuradora-Geral Adjunta no Tribunal Constitucional, Luís de Sousa, Subdirector e Investigador Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e Paulo de Morais, Professor Universitário e Presidente da “Frente Cívica”.

Dia 29 de março, na Casa das Artes, em Famalicão, Paulo Rangel, Deputado ao Parlamento Europeu e Vice-Presidente do PPE, José Filipe Pinto, Professor Catedrático da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, e Felipe Pathé Duarte, Professor, Investigador Universitário e Consultor lançam os seus "Olhares sobre... os Populismos".

A terceira e última conferência deste ano será dia 5 de Abril, no Espaço Vita, em Braga, onde têm decorrido as edições anteriores. Participam António Vitorino, Director-geral da Organização Internacional para as Migrações, Pedro Calado, Alto-comissário para as Migrações, e José Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

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