Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Ciclone Idai

Presidente moçambicano diz que já há "mais de 200" mortos confirmados

19 mar, 2019 - 19:04 • Redação

Filipe Nyusi admitiu que o balanço de vítimas mortais decorrente da passagem do ciclone Idai pelo país poderá ser superior a mil.

A+ / A-
Português na Beira descreve cenário de destruição. "Vai ser difícil conseguir reerguer esta cidade"
Português na Beira descreve cenário de destruição. "Vai ser difícil conseguir reerguer esta cidade"

A passagem do ciclone Idai no centro de Moçambique e as cheias que se seguiram já provocaram, desde quinta-feira, "mais de 200 mortos", anunciou esta terça, citado pela agência France-Presse, o Presidente moçambicano Filipe Nyusi.

O chefe de Estado falava durante uma reunião do Conselho de Ministros realizado na cidade da Beira, parcialmente destruída pelo ciclone.

Filipe Nyusi admitira ontem que o balanço de vítimas mortais decorrente da passagem do ciclone Idai pelo país poderia ser superior a mil.

O Presidente moçambicano, descrevendo a situação como "um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções", confirmava que haveria mais de 100 mil pessoas em risco e que cidades como a Beira e Dondo estavam isoladas por via terrestre.

“Mais de 100 mil pessoas correm perigo de vida. Atualmente, a estrada nacional N.º 6 sofreu quatro cortes visíveis e esse número poderá aumentar a qualquer momento, isolando por terra as cidades da Beira e Dondo”, alertou. Além disso, há “aldeias inteiras” que desapareceram devido ao transborde das águas dos rios Pungue e Búzi. Várias comunidades ficaram isoladas “e vê-se, nos voos, corpos a flutuar”, explicava Filipe Nyusi.

Para o Presidente moçambicano, a prioridade seria agora salvar vidas. Nesse sentido, estava a ser montada uma operação aérea, com aviões e helicópteros, para tentar resgatar pessoas, sobretudo na Beira.

Ciclone Idai apontado como um dos piores desastres climáticos no hemisfério sul

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) admite que o ciclone Idai, que atingiu Moçambique, Maláui e Zimbabué, poderá ser "um dos piores desastres climáticos no hemisfério sul", caso se confirmem os números de vítimas mortais estimados pelo Presidente moçambicano.

Clare Nullis, porta-voz da da OMM, citada pela ONU News, apontou que "se estas estimativas forem concretizadas, então podemos dizer que este é um dos piores desastres climáticos - relacionado com ciclones tropicais - no hemisfério sul".

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou centenas mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos na segunda-feira.

Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pela tempestade naqueles três países africanos.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

Estimativas iniciais do Governo de Maputo apontam para 600 mil pessoas afetadas, incluindo 260 mil crianças.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+