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Mais líderes, menos chefes. Coimbra avança com MBA em gestão da felicidade nas organizações

21 fev, 2019 - 10:30 • Marta Grosso

“Uma das maiores lacunas do mundo empresarial é a falta de preocupação com a satisfação dos colaboradores”, diz Pedro Costa, presidente da Coimbra Business School.

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Esta quinta-feira, é apresentado o MBA “Gestão da felicidade e do capital emocional nas organizações”, um curso da Coimbra Business School para preparar novos líderes.

“Quando alguém está à frente de uma organização, mas não é mais do que um chefe, a sua função torna-se mais difícil, porque os trabalhadores não lhe reconhecem competência ou qualidade ou até capacidade para liderar uma equipa”, afirma à Renascença o presidente da Coimbra Business School/ISCAC, Pedro Nunes da Costa.

“É necessário haver líderes em detrimento de chefes. Mas é algo que não deve ser imposto. Um líder surge naturalmente” e é isso que este MBA pretende promover, acrescenta.

Mas porquê? Porque são cada vez mais (ou cada vez mais identificados) os trabalhadores infelizes no trabalho, o que influencia negativamente a produtividade e, como consequência, os resultados das empresas (e os seus lucros).

“Está tudo ligado. O descontentamento leva a níveis de desmotivação, a sentimentos de infelicidade, riscos de esgotamento quando esses estados são levados ao limite e ainda origina, muitas vezes, 'burnout' físico e psicológico, como recentemente tem sido demonstrado”, lembra Pedro Nunes da Costa.

Ao nível das empresas, “provoca uma menor eficiência e um menor desempenho. Mas só recentemente se está a associar aqueles ambientes de alguma infelicidade no local de trabalho a estes resultados”.

A pressão excessiva e a falta de apoio dos supervisores são algumas das razões apontadas para o elevado número de portugueses infelizes no trabalho e em risco de esgotamento.

“É um problema do mundo em que vivemos e das cidades modernas”, acrescenta o presidente da Coimbra Business School/ISCAC. Compatibilizar a vida profissional cada vez mais exigente e a vida familiar é algo cada vez mais difícil e contribui também para aumentar o sentimento de infelicidade no trabalho.

É, pois, importante que um líder esteja atento a estes fatores e consiga criar condições para que essa compatibilização aconteça.

Apesar de tudo, Pedro Nunes da Costa considera que “o país já está melhor e mais aberto a essas novas formas de liderança nas organizações”. Agora, espera que o novo MBA, que começa a 9 de maio, “consiga fazer-se ouvir nesse sentido e que seja útil à região e ao país”.

Lucro e felicidade

“Há uma relação direta entre o bem-estar no local de trabalho e os lucros das empresas”, sublinha o presidente da Coimbra Business School/ISCAC. E esta é uma realidade que, “porventura, alguns líderes não veem”.

O desempenho das organizações depende, em grande parte, da produtividade dos seus trabalhadores e esta da felicidade dos mesmo no trabalho.

“É necessário criar uma relação equilibrada entre as atividades e as responsabilidades profissionais de todas as pessoas, de modo a criar condições de inovação, de criatividade e de investimento. E isso seguramente permitirá aumentar os lucros das empresas”, defende Pedro Nunes da Costa, entrevistado pela Renascença.

“Nas empresas que não visam o lucro, é também necessário que haja uma relação entre bem-estar e produtividade. Em geral, é necessário criar ecossistemas de inovação com produtos e serviços mais competitivos no mercado global e isso seguramente só se consegue na perfeição com este foco na qualidade e no bem-estar das pessoas com as quais trabalhamos”, sustenta ainda.

Pedro Nunes da Costa diz compreender aqueles que vivem sob a pressão dos resultados e dos lucros (nomeadamente empresas com acionistas), mas insiste na mudança de paradigma nas condições de trabalho.

Líder top em Espanha apresenta MBA em Portugal

O MBA “Gestão da felicidade e do capital emocional nas organizações” é apresentado esta quinta-feira às 15h00.

Liderar e motivar, Otimizar processos e neurociências e emoções são alguns dos módulos que compõem o curso, que tem entre os seus coordenadores Maria Jesús Reys, recentemente eleita uma das top 100 mulheres líderes em Espanha.

Psicóloga de formação, esta mestre em Recursos Humanos vai dar uma conferência subordinada ao tema “Trabalhar sem sofrer”.

“É necessário ouvir pessoas que percebam da gestão emocional, da gestão psicológica e é necessário transmitir esses conhecimentos aos líderes, aos dirigentes, aos quadros de empresas que lidem com pessoas”, afirma Pedro Nunes da Costa, para quem “esta conferência irá ser o ponto alto da sessão de apresentação” do MBA.

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