Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

H. Raposo

Moção de censura. "É assim que se faz política civilizada"

20 fev, 2019 - 11:06

Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires debatem a moção de censura do CDS ao Governo e o aumento do número de famílias endividadas em Portugal.

A+ / A-
Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo - Moção de censura e famílias endividadas - 18/02/2019

“Numa altura em que falamos tanto dos populismos e soluções não democráticas, é bom salientar que é assim que se faz política civilizada: no Parlamento, com moções de censura ou de confiança”, defende Henrique Raposo a propósito da moção de censura do CDS.

Eleitor assumido da direita, o comentador considera que a iniciativa do partido liderado por Assunção Cristas é “legítima” e que irá “fazer muitos estragos no PSD”.

“Rui Rio, colando tanto o PSD à esquerda, para um eleitor clássico de direita como eu, é muito fácil escolher o CDS. Muito muito fácil”, destaca.

Já Jacinto Lucas Pires compara “o CDS da Assunção Cristas” aos “miúdos das festas, que se põem em bicos dos pés e que gritam para chamar a atenção”.

“O que me parece mais estranho é que, por um lado, houve uma moção de censura há pouco tempo e, por outro, não me parece haver uma visão de fundo alternativa de governação do lado do CDS-PP. Há um altifalante, há a marcação pontual aqui e ali, mas não parece haver um discurso de uma outra sociedade, um outro Estado ou outro tipo de reformas de uma forma sistemática e consistente e acho que isso era pedido numa moção de censura”, defende.

No que toca ao endividamento das famílias portuguesas, Henrique Cardoso mostra-se muito crítico “daquelas casas de crédito, que não é crédito, é usura”.

“Um dia gostava de ver uma campanha moral contra essas casas de crédito. Aquilo é imoral porque aponta baterias a dois tipos de pobreza que são alvos fáceis: tipo de pobreza escondida e a pobreza de quem compra um iPhone por 700 euros, porque o seu futuro não existe e vive o presente”, aponta.

“É muito difícil para pessoas de classe média e alta compreenderem isso, mas antes de julgarmos temos de compreender”, sustenta.

Jacinto Lucas Pires chama a atenção para o facto de, ao lado da precariedade e dos salários baixos, existir também “o apoio aos mais velhos – pessoas que têm de suportar pais e avós”.

O endividamento “não são só pessoas que gastam dinheiro em coisas inúteis, é também pessoas que estão a sustentar a família alargada como não acontecia há alguns anos”, alerta Lucas Pires.

O comentador recomenda a leitura do artigo da Renascença sobre o assunto, onde são deixados vários conselhos para evitar o endividamento excessivo.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Carlota
    21 fev, 2019 lisboa 16:26
    Dois factos relevantes na vida politica portuguesa a ação de Luis Montenegro q fez RIO saltar do silencio mostrando qual o seu protagonismopara ser oposiçao e a moção de censura do CDS q colocou PCP ,BE e PS no mesmo plano de união de facto e q as picardias,gincanas,rétoricas anti PS são falsas e que andarão sempre de mãos dadas tanto q na remodelação o PS virou extrema esquerda.O voto útil á esquerda deixou de ser preciso e quem perde é o PS,perdendo tb para a direita os seus eleitores moderados.Esta encruzilhada vai dar novas intenções de voto ,abstenção ,votos nulos e brancos e é recordar q segundo dados estatisticos mais de 6 milhões não votam.Poque será????

Destaques V+