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Bruxelas pessimista revê em baixa crescimento nacional

07 fev, 2019 - 10:09 • Redação com Lusa

Portugal não sai ileso dum cenário de abrandamento europeu e só deve crescer 1,7% este ano.

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A Comissão Europeia voltou a rever a estimativa de crescimento económico para Portugal, tanto para 2018 como para 2019, e afastou-se das previsões do Governo.

Nas previsões de outono, Bruxelas apontava para um crescimento económico de 2,2% no ano passado, 1,8% em 2019 e 1,7% no próximo ano.

Mas nas previsões intercalares de inverno publicadas, esta quinta-feira, o executivo comunitário estima que o Produto Interno Bruto (PIB) na Zona Euro progrida 1,3% este ano e 1,4% em 2020, quando nas anteriores projeções, de outono (divulgadas em novembro), antecipava valores de 1,9% e 1,7%, respetivamente. Um cenário de travagem que afeta Portugal.

Bruxelas passou a estimativa de crescimento de 1,8% para 1,7%, este ano - longe dos 2,2% definidos pelo Governo quando apresentou em outubro a sua proposta de Orçamento do Estado para 2019. Também prevê que a economia portuguesa tenha crescido 2,1% em 2018.

Ainda assim, Portugal continua a subir acima da média europeia e da Zona Euro, tanto em 2018 como em 2019. A Comissão prevê que o PIB do conjunto dos 28 Estados-membros tenha crescido 1,9% no ano passado e que venha a aumentar 1,5% este ano.

"Grau de incerteza"

Mas a Comissão Europeia reconhece que o abrandamento poderá ser ainda mais pronunciado devido ao “elevado grau de incerteza” no panorama económico global.

“As tensões comerciais, que têm pesado sobre o sentimento há já algum tempo, aliviaram até certo ponto, mas continuam a ser um fator de preocupação”, aponta a Comissão Europeia.

Este cenário de incerteza também é justificado com o facto de a economia chinesa ter abrandado de forma mais vincada do que era antecipado e de os mercados financeiros globais e muitos mercados emergentes serem vulneráveis a mudanças abruptas, além de, sublinha, o processo de saída do Reino Unido da UE (‘Brexit’) continuar a ser “uma fonte de incerteza”.

Pierre Moscovici, comissário responsável pelos Assuntos Económicos e Financeiros, Fiscalidade e União Aduaneira, afirmou: “Após o pico de 2017, a desaceleração da economia da UE deverá continuar em 2019 com um crescimento de 1,5 %. Este abrandamento deverá ser mais pronunciado do que o previsto no outono passado, especialmente na área do euro, devido a incertezas no comércio mundial e a fatores internos nas maiores economias. Não obstante, os princípios fundamentais da nossa economia permanecem sólidos e continuamos a ter boas notícias, em especial no que se refere ao emprego. O crescimento deverá retomar gradualmente na segunda metade deste ano e em 2020.”

O vice-presidente Valdis Dombrovskis, responsável pelo Euro e pelo Diálogo Social, bem como pela Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e União dos Mercados de Capitais, afirmou: “Todos os países da UE deverão continuar a crescer em 2019, o que significa mais emprego e mais prosperidade. No entanto, as nossas previsões foram revistas em baixa, em especial para as maiores economias da área do euro, devido a fatores externos como as tensões comerciais e o abrandamento dos mercados emergentes, nomeadamente da China. As preocupações quanto aos ciclos viciosos entre a dívida bancária e a dívida soberana e à sustentabilidade da dívida voltaram a ser sentidas em alguns países da área do euro. A possibilidade de um Brexit disruptivo gera ainda mais incerteza. O facto de estar ciente destes riscos constitui metade do trabalho. A outra metade consiste em escolher a combinação adequada de políticas, como a facilitação do investimento, a intensificação dos esforços para levar a cabo reformas estruturais e a prossecução de políticas orçamentais prudentes.”

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