06 fev, 2019 - 11:34 • Redação com Lusa
O Tribunal de São João Novo, no Porto, aplicou 16 de anos de cadeia a um homem daquela cidade que espancou e estrangulou a companheira até à morte e que de seguida foi passear o cão.
Os factos ocorreram em 19 de junho do ano passado e a motivação foi, segundo o processo, o facto de a companheira, de 54 anos, estar a fumar no quarto arrendado onde viviam e de onde não podia sair sem ajuda devido a problemas de saúde graves.
Logo após o sucedido, o arguido, de 46 anos, "prosseguiu com a sua vida normalmente como se nada se tivesse passado e ainda teve a frieza de ir passear o cão", segundo a acusação.
Na primeira sessão de julgamento, o arguido disse que apenas deu "uns estalos" à companheira e alegou que, num primeiro momento, pensava que ela estava a fingir-se desmaiada, só percebendo a gravidade da situação quando regressou. "Aí, entrei em pânico e chamei o INEM", declarou.
Já nas alegações finais, a procuradora Isabel Varandas, que pediu uma pena de 20 anos de prisão para o homem, disse que "não resulta crível que o arguido apenas tenha desferido uns estalos à vítima", como quis fazer crer. Sublinhou que se produziu prova de que a mulher foi estrangulada e que essa foi a causa de morte, sendo previamente sujeita a "um verdadeiro espancamento".
Também nas alegações finais, a defesa reconheceu que se tratou de um crime "demasiado greve" e sublinhou que o arguido "tem a perfeita de que tem de ser punido".