27 jan, 2016 - 11:42
O presidente da Infra-estruturas de Portugal (IP), António Ramalho, revelou, esta quarta-feira, que a estação de Santa Apolónia, em Lisboa, manterá o terminal ferroviário, mas com aproveitamento comercial, admitindo mesmo a possibilidade de vir a ter um hotel.
"Gostaríamos de ter a estação de Santa Apolónia valorizada, com terminal ferroviário, mas aproveitamento comercial, porque do outro lado estará o Terminal de Cruzeiros", afirmou António Ramalho, quando questionado pelo deputado do PCP Bruno Dias sobre os planos para a estação de comboios de Lisboa.
A pergunta surge depois de na semana passada os representantes de organizações sindicais da ex-REFER terem denunciado "o despejo de trabalhadores de instalações que aos poucos estão a ser objecto de negócios imobiliários".
Na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, António Ramalho admitiu a possibilidade de Santa Apolónia vir a ter um hotel, dando o exemplo bem-sucedido com outros imóveis detidos pela empresa pública, como a estação do Rossio que gera uma renda anual de um milhão de euros.
Ainda assim, o responsável garantiu que os planos para a estação de comboios de Santa Apolónia mantêm a sua vocação de terminal ferroviário.
"Estamos a tentar valorizar as estações", realçou, dando ainda o exemplo da estação de São Bento, no Porto, "uma das mais bonitas do mundo", que recebe cerca de 4.000 visitantes por ano que não andam de comboio.
Sem precisar o plano para a estação de comboios portuense, o responsável adiantou que "as laterais tinham carros de bombeiros e ferro velho de antigas composições", considerando que não era "um exemplo a manter".
Sobre sucessivas mudanças do posto de trabalho dos funcionários da antiga Refer e da Estradas de Portugal, na sequência da fusão das duas empresas públicas, António Ramalho desvalorizou a questão, referindo que apenas 13 pessoas terão que fazer três mudanças e que há trabalhadores a mudarem-se do Palácio Coimbra para Santa Apolónia, que distam 100 metros.