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​Marcelo elogia estabilidade, mas lamenta falta de consensos explícitos

14 jan, 2019 - 21:12 • Eunice Lourenço

Ano eleitoral não vai mudar política internacional, garantiu o Presidente perante o corpo diplomático.

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O ano eleitoral não mudará em nada a política externa de Portugal. A garantia foi dada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esta segunda-feira, ao corpo diplomático creditado no nosso país.

No seu discurso, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a estabilidade governativa, o combate ao desemprego e o crescimento económico. O Presidente disse mesmo que a saída da crise e desempenho orçamental “superaram expectativas”. Mas também lamentou que não seja dada atenção suficiente às questões demográficas e a consensos explícitos de regime.

“Toda a atenção tem sido pouca à necessidade da inversão demográfica, à atualização de certas instituições, à construção de consensos explícitos de regime, á prevenção e apelos anti-sistémicos, tão sedutores um pouco por toda a parte”, disse o Presidente depois de elogiar Portugal, um país “mais previsível do que muitos outros por esse mundo fora”.

No tradicional discurso anual perante os embaixadores creditados em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa também manifestou preocupação com o envelhecimento de Portugal, “que somado às assimetrias territoriais cria uma sociedade a várias velocidades”.

O Presidente, no entanto, traçou sobretudo o retrato de um país confiável, que é uma “referência internacional”, que respeita as suas alianças e os seus compromissos. “O ano que começa será, para nós, a natural continuação do anterior e nem o facto de ser um ano eleitoral nos afastará um milímetro que seja da continuidade da mesma política externa”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Esperança numa “boa notícia”

Também o núncio apostólico - D. Rino Passigato, o embaixador da Santa Sé que discursou em nome de todo o corpo diplomático – teceu elogios a Portugal e fez referência ao ano eleitoral que Portugal já está a viver.

“Todo o mundo está enamorado de Portugal”, começou por dizer o D. Rino Passigato, traçando o retrato de um “acolhedor país” que é um “presente” para os representantes diplomáticos. E que é um “sinal de esperança” no meio de uma “situação internacional incerta e periclitante”.

“2019 em Portugal é ano político, típico de eleições; europeias na primavera e legislativas no outono. Mantendo absoluta neutralidade, os representantes dos países amigos acompanham com interesse e confiam na maturidade da democracia portuguesa e dos seus cidadãos que sabem escolher os legisladores e governantes de que o país precisa para superar dificuldades, melhorar os seus ‘standards’, garantir ao povo bem-estar económico, saúde, educação, cultura, paz social e um lugar de prestígio no concerto das nações”, afirmou o embaixador do Vaticano e decano dos representantes diplomáticos.

Marcelo começou o seu discurso, precisamente, com um agradecimento ao núncio e a manifestar esperança no que chamou uma boa notícia para Portugal na próxima Jornada Mundial da Juventude.

“De modo particular agradeço o carinho votado a Portugal ao longo de dez inesquecíveis anos, com a visita de suas santidades, os Papas Bento XVI e Francisco e a esperança de uma boa notícia no nosso encontro com a juventude de todos os cantos da terra”, Marcelo Rebelo de Sousa, a fazer referência à jornada mundial da juventude, que vai decorrer este mês no Panamá e onde o Presidente vai estar presente. No final da jornada do Panamá será feito o anúncio de onde acontecerá o próximo encontro e a diocese de Lisboa é candidata a receber os jovens em 2022.

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