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Hospital de S. João. Pais da Oncologia Pediátrica dizem que demissão já chegou tarde

10 jan, 2019 - 12:14 • André Rodrigues com Redação

Representante do movimento de pais da Oncologia Pediátrica do Hospital de São João defende que esta administração já não tinha condições para continuar.

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A administração do Hospital de São João, no Porto, já não tinha condições para continuar e, por isso, a demissão peca por tardia. É a opinião da Associação Pediátrica Oncológica, em reação à renuncia imediata de funções da administração do hospital.

A direção liderada por António Oliveira e Silva alega que o mandato terminou a 31 de dezembro e pede para ser substituída o mais rapidamente possível.

"Um administrador que é pago para defender o Hospital de São João, quando vê que a tutela não lhe dá as condições para fazer aquilo que ele se propôs no princípio do mandato, só tem uma solução que é demitir-se", diz Jorge Pires, porta-voz dos pais da Oncologia Pediátrica do São João, em declarações à Renascença.

Jorge Pires lembra o caso das fotografias das crianças a serem atendidas em corredores, que o ministro das Finanças sugeriu, em plenário da Assembleia da República, que foram manipuladas. "O próprio administrador veio dizer que era péssimo, mas não veio contrariar o ministro das Finanças, o que é uma vergonha. Esta administração não tinha, no meu entender, as competências suficientes para gerir o hospital", constata.

A atual administração do hospital de São João admitia avançar com as obras da ala pediátrica no segundo semestre deste ano. Uma intenção que pode, agora, estar comprometida, admite Jorge Pires.

Administrações dos hospitais estão esgotadas

Outra reação à demissão chega do presidente da Associação dos Administradores Hospitalares. Alexandre Lourenço vê neste pedido de renúncia uma tentativa de pressionar o Governo para que designe uma nova administração o mais rapidamente possível.

Para Alexandre Lourenço, a renúncia é um sintoma claro do desgaste desta equipa de administração, que não é caso único.

"Esta equipa, como outras equipas trabalha em condições muito difíceis. Creio que existe um esgotamento legítimo das administrações. Porventura, a nível pessoal, não existe disponibilidade de se manter a exercer este tipo de funções", diz em entrevista à Renascença.

O presidente da Associação dos Administradores Hospitalares salienta que "cada vez é mais difícil encontrar equipas com vontade, energia e competência para gerir os hospitais do Serviço Nacional de Saúde, se se mantiverem as condições atuais de funcionamento destas unidades".

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