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Proibição de pesca de bacalhau “não afeta pescadores portugueses"

07 nov, 2018 - 19:35

Diz a Associação dos Armadores de Pesca Industrial que a frota nacional opera “fora do Atlântico e do Mar do Norte”.

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O presidente da Associação dos Armadores de Pesca Industrial (AAPI) garante que a proposta da Comissão Europeia para a proibição da pesca de bacalhau em 2019 "não afeta os pescadores portugueses".

Em declarações à Renascença, Pedro Jorge justifica essa circunstância "com o facto de a frota nacional operar fora do Atlântico e do Mar do Norte", que são as zonas abrangidas pela proposta de Bruxelas.

Diferente é o cenário noutras espécies, como a pescada, cuja proposta aponta para uma redução de 14%.

Ao fim de três anos de redução da quota "que não impactou com a atividade económica dos navios", o dirigente da AAPI receia que esta redução nos totais admissíveis de captura (TAC) "possa ter impacto muito negativo na atividade da frota". E espera "que seja possível negociar uma redução que não seja tão dura e, em vez dos 14%, possamos suavizar para uma redução que não pode ir além dos 5%".

Pedro Jorge avisa que "tudo o que seja mais do que isso é muito violento e a pesca dirigida à pescada poderá ter de encerrar no próximo ano. Algo que no aconteceu até agora".

Outra redução "preocupante" para o setor das pescas refere-se ao lagostim. A Comissão Europeia propõe menos 26% de pesca nas águas ibéricas.

Mas, neste caso, o presidente da AAPI prefere aguardar para avaliar eventuais impactos para os barcos portugueses.

"É preciso saber se esta redução, sendo em águas ibéricas, também afeta as unidades funcionais da costa portuguesa. Se assim for, é uma péssima notícia porque o estado do recurso é saudável", sustenta.

Ministra do Mar não pedirá menos carapau

Nem tudo são más notícias nesta proposta de Bruxelas.

O problema, diz Pedro Jorge, é que "nuns casos, o aumento dos TAC é insuficiente: no tamboril, 2% é bom, mas o ideal seria estarmos a falar de um aumento de 10% na quota de captura". Noutros casos, a subida das capturas é de tal forma díspar que "é um perfeito disparate".

A Comissão Europeia propõe um aumento de 69% de captura para o carapau, só que "a quota para esta espécie já está francamente acima daquilo que capturamos".

O presidente da AAPI fala de "um crescimento político, mas com retorno económico nulo. Não acredito que a senhora ministra vá dizer que não quer tanto carapau, porque, para os políticos, é importante terem um grande número para apresentar".

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