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Roubo de destroços do helicóptero do INEM pode prejudicar investigação

18 dez, 2018 - 14:58 • Lusa

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves já apelou ao bom senso de quem "tenha a tentação de alterar as evidências de um acidente", pois, "ainda que de forma inconsciente", está a infringir a lei e pode estar a prejudicar a prevenção de futuros acidentes.

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A retirada, por pessoas que acederam ao local do acidente, de pedaços do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que caiu no sábado, no concelho de Valongo, provocando quatro mortos, “pode ter prejudicado a investigação”, segundo o gabinete que investiga acidentes aéreos.

No domingo, dia em que uma equipa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) iniciou as perícias e a recolha de dados no local, foram avistadas pessoas a levar pedaços de destroços (que ficaram espalhados pela serra ao longo de algumas centenas de metros) do aparelho.

“Se foram levados [pedaços dos destroços] enquanto o perímetro esteve estabelecido, ou seja, durante o dia 16 [domingo], isso pode ter prejudicado a investigação. Se foi posteriormente, todos os destroços relevantes já haviam sido registados e recolhidos pelos investigadores, pelo que, nesse caso, não”, explica o GPIAAF, em resposta escrita enviada nesta terça-feira à Lusa, recordando que esta actuação, além de poder pôr em causa a investigação, é proibida por lei.

“Em geral, a informação que se pode retirar dos destroços de um acidente é fundamental para a investigação das causas que lhe deram origem, podendo mesmo, em certas situações, ser provas de crime. Como tal, até os destroços serem devidamente registados e seleccionados pelos investigadores, nada deve ser mexido, salvo no estritamente necessário para o socorro às vítimas”, sublinha o GPIAAF.

O gabinete conta que, “logo à chegada ao local, solicitou à PSP a criação de dois perímetros de segurança em conformidade com as regras aplicáveis” nestes casos, “um em torno da zona principal dos destroços e outro exterior, abrangendo a totalidade dos destroços, considerando que a necessidade de presença de meios em cada uma delas é diferenciada. A PSP estabeleceu os referidos perímetros de segurança em conformidade. No entanto, considerando a orografia do terreno e configuração dos acessos, estes perímetros ter-se-ão revelado difíceis de controlar completamente”, acrescenta o GPIAAF.

A Lusa questionou o Comando Metropolitano da PSP do Porto sobre em que momento montou o perímetro de segurança e como é que foi possível a transeuntes aceder ao local e levar pedaços do helicóptero, que poderiam ser importantes para a investigação.

Na resposta, o Comando da PSP do Porto informou que “a gestão da comunicação” relativa à queda do helicóptero “está a ser realizada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil”, que respondeu, por seu lado, que “está a decorrer um inquérito determinado pelo ministro da Administração Interna”, pelo que “não concede entrevistas sobre o assunto”.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários aproveitou para fazer um apelo à população: “De forma geral, apelar não só ao cumprimento da lei, mas, principalmente, ao bom senso das pessoas que tenham a tentação de alterar as evidências de um acidente, ainda que de forma inconsciente, considerando que estão a infringir a lei e que podem estar a prejudicar a prevenção de futuros acidentes – e podem mesmo estar a colocar-se em risco, uma vez que os destroços podem estar contaminados com substâncias perigosas ou resíduos biológicos.”

Comentários
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  • otário
    18 dez, 2018 Coimbra 19:16
    Pronto assunto arrumado! E não me digam que não há cabeças pensadoras cá no curral. Assunto arrumado por falta de latas que roubaram. Cambada de PORCOS QUE NOS ANDAM A MAMAR.
  • 18 dez, 2018 18:46
    Ao ler o que está em cima, desvio de destroços, logo me lembrei da noite, também em dezembro 1980 em camarate. Foi de noite também. Houve desvio de destroços ou não, também? Uma CERTEZA, volvidos estes anos todos ( 48 ) nunca chegaram a CONCLUSÃO ALGUMA. Isto é, não se comece a arranjar " PICUINHAS " para não chegar ao FUNDO da investigação. Há coisas na vida que não podemos ser, não devemos ser "MANÍACOS". Quando a notícia apareceu em ALERTA nas televisões e diziam que o Helicóptero regressava do Porto, eu disse para quem estava á lareira comigo, " foi na serra de Valongo, a chover como está, está NEVOEIRO certeza ABSOLUTA para além de estar a chover ". Ora se há uma CHAMADA de um Indivíduo para o 112 na altura da explosão, não é ADMISSÍVEL um ATRASO TÃO LONGO para o alerta. Chamem-me o que QUISEREM, levem-me onde QUISEREM mas não me chamem MALUCO, isto porque quem está nos lugares de DECISÃO não pode usar sapatos de VERNIZ. Ao ouvir os Srs. Técnicos de TUDO, ouço-os e apetece-me dizer-lhes que NÓS sabemos e SABEMOS muito MAIS e MELHOR do que aquilo que Eles pensam. É ditado antigo " atrás de uma serra há outra ", não substimem a INTELIGÊNCIA dos OUTROS. Disse há pouco, este PAÍS é mais perigoso do que muitos e muitas pensam. Quando ouço alguém dizer que " assaltaram e regaram com GASÓLEO IDOSOS " pergunto, vivemos em País seguro? Há FALHA de quem tem a obrigação de proteger, vigiar e ACAUTELAR o SOSSEGO e TRANQUILIDADE das Pessoas. Já lá vai o tempo de deixar a PORTA ABERTA

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