04 dez, 2018 - 22:30
José Manuel Capristano, antigo vice-presidente do Benfica, deixou fortes críticas à arbitragem na partida entre Boavista e FC Porto e ao castigo aplicado a Sérgio Conceição e Luis Gonçalves, diretor desportivo dos dragões.
Em declarações a Bola Branca, o antigo dirigente das águias classifica os alegados erros de arbitragem no dérbi da invicta como uma "vergonha". Capristano vai mais longe e diz que a dualidade de critérios regressa "aos tempos do apito dourado":
"A continuar assim o futebol português vai baixar mais de nível. As pessoas não estão dispostas a aturar isto. Para uns são duríssimos, para outros é só suavidade. Isto é mau demais. Devia ser uma multa de 60 mil euros e mesmo assim devia ser também castigado. Lamento dizer isto, mas voltámos aos tempos do Apito Dourado. Aliás, os protagonistas são os mesmos, do lado do Porto".
Capristano fala ainda sobre os comportamentos que originaram as expulsões do diretor desportivo e treinador do FC Porto.
"Acho vergonhoso o que se passou no Bessa, com aquela pressão toda do treinador e do diretor de futebol, que aliás é o mesmo Luís Gonçalves do Apito Dourado. No estrangeiro, num país civilizado, se calhar estava um ano castigado".
"Se um dirigente e um treinador não dão o exemplo, o que é que os jogadores poderão fazer? Não é que me surpreende, porque o desporto para mim está realmente a perder qualidade de tal maneira que sinceramente já nem sei o que dizer", criticou.
Luis Gonçalves foi suspenso por 16 dias e Sérgio Conceição multado em 760 euros, castigos que Capristano considera novamente vergonhosos para o futebol nacional.
"Como é que a Federação e a Liga podem ser isentos e honestos ao ponto de ver aquilo que eu vi na televisão e aplicar só 16 dias de suspensão ao dirigente. E o treinador nem isso apanhou, só uma multa. O homem ganha milhares de euros por mês e apanha uma multa de 600 euros. Isto é vergonhoso e não dá qualidade nenhuma ao futebol em Portugal".
"É uma pena, lamento profundamente, mas é o que temos. Todos têm medo do FC Porto, não sei porquê. Ou alguns saberão porquê. Continuamos nesta situação em que a impunidade no Dragão é uma coisa inacreditável", adicionou.