24 nov, 2018 - 18:17 • João Cunha , com redação
A Doutrina Social da Igreja lança pistas para ajudar a encontrar soluções para os desafios com que se depara a sociedade dos dias de hoje. A opinião do Cardeal Patriarca de Lisboa foi expressa na sessão de abertura da conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz.
“A Doutrina Social da Igreja vai aplicando às diferentes situações que a humanidade enfrenta aqueles princípios evangélicos, que no fundo são o que foi atuação de Jesus Cristo”, começa por dizer D. Manuel Clemente, lembrando que o último compêndio é de 2006. Desde essa data já houve várias crises, sendo necessário que esse documento seja revisto e renovado.
“Que se faça uma nova edição do compêndio. A que temos - um trabalho colossal que demorou anos para sistematizar mais de um século de pronunciamentos - saiu em 2006 e já lá vão 12 anos. Por isso é que fiz o desafio: é absolutamente necessária uma edição atualizada”, sublinha.
Até ao final do século XIX, a Doutrina Social da Igreja teve pela frente a questão operária - se punha na sociedade industrializada e que suscitou problemas na relação entre as pessoas e o trabalho, que não eram próprias da antiga sociedade rural. Já no século XX, surgiram as questões políticas, os autoritarismos e totalitarismos, nos anos 20, 30 ou 40, que levaram a Doutrina Social da Igreja a insistir nas liberdades. E mais recentemente, a questão ecológica, que ganhou preponderância importante, não se estivesse a falar da sobrevivência da humanidade - e que levou mesmo à encíclica "Laudato Si", em que o Papa Francisco faz um apelo à mudança e à unificação global das ações para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas.
Para o Cardeal Patriarca de Lisboa, o passo seguinte é uma atualização do termo. “Há aquela designação que eu também perfilho que é o Pensamento Social Cristão. Mas as palavras são palavras e o que interessa é o que elas transmitem”, afirma.
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) e os Núcleos de Estudantes Católicos de Lisboa promovem este sábado a conferência “A medida do amor é amar sem medida – Atualidade e desafios da Doutrina Social da Igreja”, na Faculdade de Direito.